São Paulo, terça-feira, 30 de outubro de 2007

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Executivos da Cisco e da Mude vão para cela especial

Transferência ainda depende de disponibilidade de vagas

CLAUDIA ROLLI
JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL

Carlos Roberto Carnevali, fundador e ex-presidente da Cisco, e Hélio Benetti Pedreira, sócio da Mude (distribuidora da Cisco), devem ser transferidos nesta semana do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Guarulhos para uma prisão especial porque eles têm formação superior.
O pedido de transferência foi deferido pelo juiz Alexandre Cassetari, da 4ª Vara Federal Criminal de São Paulo. Carnevali e Pedreira estão no setor de triagem do CPD e podem ser levados para as delegacias do Alto da Mooca (18º DP) ou da Casa Verde (13º DP). Estão à espera de vagas nesses locais. Outros três executivos da Mude também vão pedir transferência para celas especiais, caso não consigam ser libertados.
Além de Carnevali e Pedreira, continuam detidos preventivamente outras seis pessoas envolvidas na Operação Persona, realizada para combater sonegação fiscal na importação de equipamentos de informática. Quatro executivos da Mude -Moacyr Álvaro Sampaio, José Roberto Pernomian Rodrigues, Fernando Machado Grecco e Marcelo Naoki Ikeda-, o despachante aduaneiro Paulo Roberto Moreira e o empresário Cid Guardia Filho.
Advogados que defendem os envolvidos na operação contestam o fato de a prisão preventiva ter sido decretada sem que o MPF (Ministério Público Federal) tivesse apresentado denúncia à Justiça.
"É uma verdadeira aberração. Pedir a preventiva antes da denúncia é exceção da exceção. Caberia em casos de réus com antecedentes criminais, por exemplo. Nesse caso, é absurda", diz Paulo José Iasz de Morais, advogado de Pedreira.
"Também contesto a prisão preventiva", afirma o advogado Antônio Ruiz Filho, que defende Ikeda, Grecco, Rodrigues e Sampaio. Por essa razão, ele entrou ontem com pedido de habeas corpus no TRF (Tribunal Regional Federal) de São Paulo. Iasz de Morais também pediu ontem o habeas corpus de Pedreira. A decisão pode sair hoje.
Para o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D'Urso, especialista na área criminal, é possível a Justiça decretar prisão preventiva sem que haja uma acusação formal. "Para isso, as autoridades [MPF ou a PF] precisam fundamentar o pedido. Cabe ao juiz aceitar."

Cisco
Em nota, a empresa reafirmou ontem que, "embora a Cisco não tenha pleno acesso à investigação da PF ainda em curso, a empresa está fazendo todo o possível para avaliar a situação e cooperar com as autoridades brasileiras".
A Cisco também afirmou que "está conduzindo sua própria investigação interna para melhor compreender os acontecimentos e fornecer as informações mais completas possíveis".


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