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Argentina tenta conter disparada do dólar no país
ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES
O Banco Central argentino
colocou à venda ontem US$ 1
bilhão, depois que o dólar
disparou oito centavos, no
início do dia, chegando a valer 3,44 pesos, maior cotação
desde dezembro de 2002.
Com a forte intervenção do
BC, a moeda americana fechou a 3,39 pesos.
Apesar da constante postura reguladora do BC, e de
pouco da oferta ter sido efetivamente vendida, a Argentina pena para conter a alta do
dólar e acalmar o mercado
cambial diante da forte demanda pela moeda.
A especulação cresceu
após o anúncio, na semana
passada, de que o governo
deve estatizar os fundos de
previdência privada, segundo a oposição, para pagar os
vencimentos da dívida.
Nas últimas semanas, o
dólar subiu 31 centavos, 15
deles desde o polêmico
anúncio da estatização. Para
dar mais liquidez ao mercado, o governo determinou
que os fundos de pensão privados devem repatriar os investimentos no exterior, boa
parte deles no Brasil.
Diante da crise, os argentinos temem que seu dinheiro
seja confiscado como em
2001 e 2002. Logo, retiram
seu dinheiro dos bancos e
compram dólares. No terceiro trimestre do ano, US$ 5
bilhões saíram do sistema.
Mas a alta do dólar é boa
notícia para os setores industrial e agrícola. Com esse
câmbio, os empresários locais ganham competitividade, embora estejam preocupados com a desvalorização
do real e uma possível invasão de produtos brasileiros.
Já para os produtores rurais, que protagonizaram
uma crise de quatro meses
contra o governo Cristina,
um câmbio mais alto aumentaria o valor recebido pelas
exportações de commodities, cujos preços vêm caindo
no mercado internacional.
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