São Paulo, quinta-feira, 30 de outubro de 2008

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Argentina tenta conter disparada do dólar no país

ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES

O Banco Central argentino colocou à venda ontem US$ 1 bilhão, depois que o dólar disparou oito centavos, no início do dia, chegando a valer 3,44 pesos, maior cotação desde dezembro de 2002. Com a forte intervenção do BC, a moeda americana fechou a 3,39 pesos.
Apesar da constante postura reguladora do BC, e de pouco da oferta ter sido efetivamente vendida, a Argentina pena para conter a alta do dólar e acalmar o mercado cambial diante da forte demanda pela moeda.
A especulação cresceu após o anúncio, na semana passada, de que o governo deve estatizar os fundos de previdência privada, segundo a oposição, para pagar os vencimentos da dívida.
Nas últimas semanas, o dólar subiu 31 centavos, 15 deles desde o polêmico anúncio da estatização. Para dar mais liquidez ao mercado, o governo determinou que os fundos de pensão privados devem repatriar os investimentos no exterior, boa parte deles no Brasil.
Diante da crise, os argentinos temem que seu dinheiro seja confiscado como em 2001 e 2002. Logo, retiram seu dinheiro dos bancos e compram dólares. No terceiro trimestre do ano, US$ 5 bilhões saíram do sistema.
Mas a alta do dólar é boa notícia para os setores industrial e agrícola. Com esse câmbio, os empresários locais ganham competitividade, embora estejam preocupados com a desvalorização do real e uma possível invasão de produtos brasileiros.
Já para os produtores rurais, que protagonizaram uma crise de quatro meses contra o governo Cristina, um câmbio mais alto aumentaria o valor recebido pelas exportações de commodities, cujos preços vêm caindo no mercado internacional.


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