São Paulo, quinta-feira, 30 de outubro de 2008

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Financeira de montadora terá ajuda, diz Lula

PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou ontem com uma ajuda direta do governo à indústria automotiva. Ele disse que a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil podem socorrer empresas financeiras ligadas a montadoras.
"Tanto a Caixa Econômica Federal como o Banco do Brasil, na medida provisória que mandamos ao Congresso Nacional, estarão com disposição de comprar tantas carteiras de bancos de investimento quanto forem necessárias e, sobretudo, de empresas financeiras ligadas à própria indústria automobilística", disse Lula ontem na inauguração do 25º Salão do Automóvel de São Paulo.
"Não é possível que na hora em que o pobre começa a ter acesso a carro neste país apareça uma crise americana que atrapalhe o brasileiro", acrescentou o presidente.
Amanhã, representantes do setor devem se reunir com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o presidente do BC, Henrique Meirelles, e executivos do Banco do Brasil para definir as medidas do governo para garantir maior liquidez no segmento automotivo.
Antes de Lula, o presidente da Anfavea (reúne os fabricantes de veículos), Jackson Schneider, disse que o crédito "é fator capital" para o fortalecimento da indústria automobilística. "Produzimos para vender, e isso precisa de crédito. Temos confiança em que o acesso ao crédito seja restabelecido", afirmou Schneider.
Em seu discurso, Lula procurou incentivar a população a continuar consumindo, e disse que a crise financeira não pode se tornar uma "crise de pânico". "Quem faz planos para comprar uma geladeira, um carro, tem de ver se cabe no orçamento. Mas tem que continuar comprando. Não podemos deixar que o pânico e a desconfiança impeçam a gente de fazer o que queremos."
Lula aproveitou seu discurso para fazer um "apelo" à indústria automotiva. Ele pediu que as montadoras não interrompam o plano de investimentos de US$ 23 bilhões até 2011, anunciado em agosto.
Para o diretor de Assuntos Corporativos da Ford, Rogelio Golfarb, o discurso de Lula deixa "clara" a intenção do governo de colocar o setor automotivo entre suas prioridades, ao lado da construção civil.


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