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Financeira de montadora terá ajuda, diz Lula
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou ontem com
uma ajuda direta do governo à
indústria automotiva. Ele disse
que a Caixa Econômica Federal
e o Banco do Brasil podem socorrer empresas financeiras ligadas a montadoras.
"Tanto a Caixa Econômica
Federal como o Banco do Brasil, na medida provisória que
mandamos ao Congresso Nacional, estarão com disposição
de comprar tantas carteiras de
bancos de investimento quanto
forem necessárias e, sobretudo,
de empresas financeiras ligadas à própria indústria automobilística", disse Lula ontem
na inauguração do 25º Salão do
Automóvel de São Paulo.
"Não é possível que na hora
em que o pobre começa a ter
acesso a carro neste país apareça uma crise americana que
atrapalhe o brasileiro", acrescentou o presidente.
Amanhã, representantes do
setor devem se reunir com o
ministro da Fazenda, Guido
Mantega, o presidente do BC,
Henrique Meirelles, e executivos do Banco do Brasil para definir as medidas do governo para garantir maior liquidez no
segmento automotivo.
Antes de Lula, o presidente
da Anfavea (reúne os fabricantes de veículos), Jackson
Schneider, disse que o crédito
"é fator capital" para o fortalecimento da indústria automobilística. "Produzimos para
vender, e isso precisa de crédito. Temos confiança em que o
acesso ao crédito seja restabelecido", afirmou Schneider.
Em seu discurso, Lula procurou incentivar a população a
continuar consumindo, e disse
que a crise financeira não pode
se tornar uma "crise de pânico". "Quem faz planos para
comprar uma geladeira, um
carro, tem de ver se cabe no orçamento. Mas tem que continuar comprando. Não podemos deixar que o pânico e a desconfiança impeçam a gente
de fazer o que queremos."
Lula aproveitou seu discurso
para fazer um "apelo" à indústria automotiva. Ele pediu que
as montadoras não interrompam o plano de investimentos
de US$ 23 bilhões até 2011,
anunciado em agosto.
Para o diretor de Assuntos
Corporativos da Ford, Rogelio
Golfarb, o discurso de Lula deixa "clara" a intenção do governo de colocar o setor automotivo entre suas prioridades, ao lado da construção civil.
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