São Paulo, quinta-feira, 30 de outubro de 2008

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Bolsa de SP encerra o dia com ganhos de 4,37%

Valorização de commodities fortalece ações da Petrobras

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa ampliou seus ganhos na última hora de pregão, influenciada pelo efeito da reação das commodities sobre suas ações de maior liquidez.
Mesmo com a baixa do mercado americano, a Bovespa conseguiu se valorizar em 4,37% e terminou aos 34.845 pontos.
O Fed (o BC dos EUA) não decepcionou o mercado e reduziu os juros para 1% ao ano. A decisão teve impacto mais relevante no preço das commodities: o petróleo, por exemplo, registrou alta de 7,6% em Nova York e terminou vendido a US$ 67,50. A redução das taxas de juros tende a favorecer o consumo. Além dos EUA, a China, uma das grandes consumidoras mundiais de commodities metálicas, também voltou a reduzir seus juros.
O índice Reuters/Jefferies, que acompanha 19 produtos primários, chegou a subir mais de 6% e marcou sua maior alta desde pelo menos 1956.
As ações da Petrobras não ignoraram o aumento do óleo e registraram elevação expressiva, de 6,73% (preferenciais) e 7,48% (ordinárias).
Dentre as siderúrgicas e mineradoras, Usiminas PNA registrou valorização de 5,78%, Gerdau ON subiu 3,16% e Vale PNA se apreciou 2,39%.
Em Nova York, o índice Dow Jones, que reúne as 30 ações mais líquidas, acabou por encerrar com baixa de 0,82%. A Bolsa em Londres teve alta de 8,05%. Em Tóquio, o índice Nikkei teve elevação de 7,74%.
A valorização foi de 9,23% em Paris e 9,42% em Madri.
Frankfurt assistiu a dois dias de montanha-russa. Na terça, subiu 11,28% e ontem despencou 14,76%. Na véspera do tombo de ontem, a VW havia se tornado, por instantes, a maior empresa do mundo em valor de mercado. O breve reinado teve origem no anúncio da Porsche de que tinha o controle de 74,1% da Volkswagen. Isso levou a uma compra desenfreada das ações da VW por especuladores que haviam apostado na queda. A corrida catapultou os papéis e, nos dois primeiros dias da semana, as ações da VW quadruplicaram de valor.
A Bolsa de Valores de São Paulo operou ontem em terreno positivo durante todo o pregão. Em seu pico, alcançou apreciação de 7,13%.
Com perdas de 45,46% em 2008, vai ser difícil de a Bovespa evitar fechar o ano no vermelho. Desde 2002, a Bolsa não encerra um ano em queda. A desvalorização acumulada neste mês é de 29,66%.
Para José Roberto Carrera, diretor da Fair corretora, "tudo leva a crer que o mercado deve melhorar até o final do ano".
"Mas a cada número ou notícia ruim, o mercado tende a reagir com novas perdas."
Com os reduzidos preços das ações, a movimentação da Bovespa se mantém em baixos níveis. Ontem foram movimentados R$ 4,96 bilhões, para uma média de R$ 5,85 bilhões por dia no ano.
O setor bancário voltou a aparecer dentre os destaques de ganhos do pregão. Como os balanços dos grandes bancos privados divulgados nos últimos dias arrefeceram os temores de que estariam muito comprometidos com operações cambiais, os papéis do segmento têm se recuperado. A ação PN do Itaú subiu 13,17%; Bradesco PN ganhou 5,78%; e Banco do Brasil ON, 5,66%.
A Bovespa fechou antes de o Copom anunciar sua decisão sobre a Selic. Mas, mesmo que o Copom tivesse optado por uma redução expressiva dos juros, dificilmente a Bovespa reagiria de forma eufórica hoje. Isso porque as ações brasileiras não têm se depreciado por temores de recessão econômica.


Colaborou MARCELO NINIO , de Genebra


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