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Bolsa de SP encerra o dia com ganhos de 4,37%
Valorização de commodities fortalece ações da Petrobras
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bovespa ampliou seus ganhos na última hora de pregão,
influenciada pelo efeito da reação das commodities sobre
suas ações de maior liquidez.
Mesmo com a baixa do mercado americano, a Bovespa conseguiu se valorizar em 4,37% e
terminou aos 34.845 pontos.
O Fed (o BC dos EUA) não
decepcionou o mercado e reduziu os juros para 1% ao ano. A
decisão teve impacto mais relevante no preço das commodities: o petróleo, por exemplo,
registrou alta de 7,6% em Nova
York e terminou vendido a US$
67,50. A redução das taxas de
juros tende a favorecer o consumo. Além dos EUA, a China,
uma das grandes consumidoras
mundiais de commodities metálicas, também voltou a reduzir seus juros.
O índice Reuters/Jefferies,
que acompanha 19 produtos
primários, chegou a subir mais
de 6% e marcou sua maior alta
desde pelo menos 1956.
As ações da Petrobras não ignoraram o aumento do óleo e
registraram elevação expressiva, de 6,73% (preferenciais) e
7,48% (ordinárias).
Dentre as siderúrgicas e mineradoras, Usiminas PNA registrou valorização de 5,78%,
Gerdau ON subiu 3,16% e Vale
PNA se apreciou 2,39%.
Em Nova York, o índice Dow
Jones, que reúne as 30 ações
mais líquidas, acabou por encerrar com baixa de 0,82%. A
Bolsa em Londres teve alta de
8,05%. Em Tóquio, o índice
Nikkei teve elevação de 7,74%.
A valorização foi de 9,23% em
Paris e 9,42% em Madri.
Frankfurt assistiu a dois dias
de montanha-russa. Na terça,
subiu 11,28% e ontem despencou 14,76%. Na véspera do tombo de ontem, a VW havia se tornado, por instantes, a maior
empresa do mundo em valor de
mercado. O breve reinado teve
origem no anúncio da Porsche
de que tinha o controle de
74,1% da Volkswagen. Isso levou a uma compra desenfreada
das ações da VW por especuladores que haviam apostado na
queda. A corrida catapultou os
papéis e, nos dois primeiros
dias da semana, as ações da VW
quadruplicaram de valor.
A Bolsa de Valores de São
Paulo operou ontem em terreno positivo durante todo o pregão. Em seu pico, alcançou
apreciação de 7,13%.
Com perdas de 45,46% em
2008, vai ser difícil de a Bovespa evitar fechar o ano no vermelho. Desde 2002, a Bolsa não
encerra um ano em queda. A
desvalorização acumulada neste mês é de 29,66%.
Para José Roberto Carrera,
diretor da Fair corretora, "tudo
leva a crer que o mercado deve
melhorar até o final do ano".
"Mas a cada número ou notícia
ruim, o mercado tende a reagir
com novas perdas."
Com os reduzidos preços das
ações, a movimentação da Bovespa se mantém em baixos níveis. Ontem foram movimentados R$ 4,96 bilhões, para uma
média de R$ 5,85 bilhões por
dia no ano.
O setor bancário voltou a
aparecer dentre os destaques
de ganhos do pregão. Como os
balanços dos grandes bancos
privados divulgados nos últimos dias arrefeceram os temores de que estariam muito comprometidos com operações
cambiais, os papéis do segmento têm se recuperado. A ação
PN do Itaú subiu 13,17%; Bradesco PN ganhou 5,78%; e Banco do Brasil ON, 5,66%.
A Bovespa fechou antes de o
Copom anunciar sua decisão
sobre a Selic. Mas, mesmo que
o Copom tivesse optado por
uma redução expressiva dos juros, dificilmente a Bovespa reagiria de forma eufórica hoje. Isso porque as ações brasileiras
não têm se depreciado por temores de recessão econômica.
Colaborou MARCELO NINIO , de Genebra
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