São Paulo, quinta-feira, 30 de outubro de 2008

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mzafalon@folhasp.com.br

O PROBLEMA É AGORA
Os chamados fundamentos do agronegócio brasileiro são bons no médio prazo. Isso vale para carnes, para o setor sucroalcooleiro e até para grãos. O problema maior é a falta real de crédito neste momento, quando todos os setores estão sendo afetados pela falta de liquidez.

AÇÃO DO GOVERNO
"No médio prazo, o agronegócio vai se beneficiar da maxidesvalorização que ocorreu e esta é irreversível", diz Pedro Camargo Neto, da Abipecs. O governo deve, no entanto, achar formas urgentes de fornecer crédito para a travessia do atual momento, de falta de crédito, diz ele.

COMPETITIVIDADE
A comercialização de 2009 deve ser feita com o dólar próximo de R$ 2,20, o que aumenta a competitividade do setor, na avaliação de Camargo Neto. Isso vai compensar o que o agronegócio sofreu com a arbitragem internacional de juros, que trouxe o dólar a R$ 1,55.

POUCA INFLUÊNCIA
O setor de café prevê que a crise financeira mundial não afetará o consumo da bebida no mercado interno, que cresce em torno de 5% ao ano. Mesmo assim, o assunto será discutido na Encafé, que ocorre na terceira semana de novembro, em Porto de Galinhas (PE).

BAIXOS VOLUMES
O Índice Baltic Dry, indicador dos custos de transporte marítimo de commodities que os bancos monitoram como um termômetro da economia, já caiu 89% neste ano, segundo a Bloomberg. Os volumes do comércio mundial deverão cair no ano que vem, o primeiro recuo desde 1982, segundo Andrew Burns, do Banco Mundial.

FALTA DE CRÉDITO
Dos US$ 13,6 trilhões em produtos negociados mundialmente, 90% dependem de cartas de crédito ou de instrumentos de financiamento e de garantias, como seguro de crédito de comércio, segundo a OMC (Organização Mundial do Comércio). E o crédito desapareceu do mercado.

CARNES EM QUEDA
A estimativa de recuo nos preços da carne bovina nesta semana está se confirmando. Alguns frigoríficos já oferecem R$ 85 por arroba, mas os preços estão, em média, a R$ 87 em São Paulo. A carne suína também recuou, para R$ 56 por arroba, em média. A de frango subiu para R$ 1,65 por quilo.

BIOMA DO CERRADO
A Embrapa e a The Nature Conservancy colocam no mercado dois livros sobre o cerrado. O primeiro traz os resultados de estudos de 48 pesquisadores sobre os recursos naturais do bioma do cerrado, feitos durante anos. O segundo mostra uma listagem de 12.423 espécies da região.


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