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Centrais pedem medidas para trabalhadores
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
As centrais sindicais pediram uma reunião de emergência com o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e o ministro Guido Mantega (Fazenda) para discutir medidas
que protejam o emprego e a
renda dos trabalhadores em
meio à crise internacional.
Exigir contrapartidas sociais de empresas e instituições que receberem ajuda e
garantir o poder de compra
do salário mínimo são itens
que CUT, Força Sindical,
UGT , Nova Central, CTB e
CGTB querem debater.
"Até agora as medidas
anunciadas pelo governo, como a medida provisória 443,
atendem aos interesses do
capital. Não vamos pagar a
conta da crise com desemprego", diz Quintino Severo,
secretário-geral da CUT.
Para as centrais, é necessário que o governo e o Congresso se empenhem para ratificar a Convenção 158 da
Organização Internacional
do Trabalho, que proíbe demissões imotivadas.
"Se de fato a crise se agravar, a convenção ajuda a regular as dispensas e conter a
rotatividade que achata brutalmente os salários", afirma
João Carlos Gonçalves, secretário-geral da Força.
Em 2007, 12,7 milhões de
pessoas com carteira assinada foram demitidas e 14,3
milhões contratadas, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados.
"Esses números mostram
que a rotatividade ainda é altíssima no Brasil. E a rotatividade tem impacto não só
na renda do trabalhador,
mas aumenta os custos do
governo, com seguro-desemprego e FGTS", diz Severo.
As centrais também querem discutir a redução da
jornada de trabalho para 40
horas semanais como alternativa para enfrentar possíveis impactos da crise.
"O reajuste do salário mínimo que combina reposição
da inflação com o PIB dos últimos dois anos será suficiente para repor o poder de
compra dos trabalhadores,
caso a crise se agrave? Queremos discutir com o governo para não deixar que a corda arrebente do lado mais fraco", diz Gonçalves. Em 3
de dezembro, as centrais fazem marcha em Brasília para
marcar as reivindicações.
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