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Teles descartam sinal de crise no setor
Empresas mantêm previsões de investimento; expectativa é que companhias apliquem R$ 19 bilhões no ano que vem
Setor projeta 20 milhões de novos assinantes de telefonia celular em 2009,
o que equivale a uma expansão anual de 16%
ELVIRA LOBATO
EM SÃO PAULO
O setor das telecomunicações ainda não incluiu a palavra
crise no vocabulário. As grandes empresas do setor sustentam que não há sinais de recessão em seus horizontes e que
manterão os investimentos que
estão programados para o ano
que vem.
Para João Cox, presidente da
Claro, o setor de telecomunicações será um dos pilares do
crescimento econômico no ano
que vem, por causa das metas
de universalização impostas
pela Anatel (Agência Nacional
der Telecomunicações) nos leilões de venda das licenças para
a terceira geração da telefonia
celular.
A Anatel fixou prazos para as
empresas oferecerem banda
larga sem fio, a partir da assinatura dos contratos de licença de
3G, no início deste ano: dois
anos para o atendimento às capitais e cidades com mais de
500 mil habitantes; quatro
anos para as cidades com mais
de 200 mil habitantes, até a cobertura de todos os municípios,
em dez anos.
Evidência do otimismo que
impera no setor é a previsão de
ingresso de 20 milhões de novos assinantes de telefonia celular em 2009, o que equivale a
uma expansão anual de 16% da
base de assinantes instalada.
Há expectativa, também, de
que o conjunto das teles (fixas e
móveis) invistam R$ 19 bilhões
no ano que vem, o que corresponde à média dos investimentos anuais verificada nos últimos dez anos, desde a privatização da Telebrás.
O presidente da Oi, Luiz
Eduardo Falco, diz que a empresa investirá na expansão de
sua rede, em 2009, o mesmo
patamar deste ano, de cerca de
R$ 4,2 bilhões, sem considerar
as aquisições das licenças de 3G
e a compra da Brasil Telecom.
Só nesta última, o investimento
total projetado é de cerca de R$
12 bilhões.
"A crise de Wall Street leva
muito mais tempo para chegar
ao assinante do pré-pago do
que ao exportador", brincou
Falco. Ele disse que também
não vislumbra redução de contratos por parte de clientes corporativos, que, segundo ele, enxergam as telecomunicações
como um instrumento de geração de negócios.
O presidente da Vivo, Roberto Lima, mantém o mesmo tom
dos concorrentes, de que os investimentos serão mantidos.
Segundo ele, a Vivo conseguiu
captar R$ 550 milhões através
da emissão de notas promissórias, depois de iniciada a crise
global. A captação, segundo ele,
foi para rolagem de dívidas que
vencem em novembro.
Apesar do otimismo demonstrado, os executivos admitem que a alta do dólar pode
produzir algum impacto nas
vendas de celulares para o Natal, porque 95% do custo dos
aparelhos celulares são atrelados ao dólar. A desvalorização
do real, segundo Cox, será repassada para o preço dos aparelhos, se a cotação do câmbio
não refluir.
A Claro anunciou ontem que
chegou ao final do terceiro trimestre com 35,677 milhões de
assinantes, o que a coloca na
posição de segunda maior operadora de telefonia celular do
país, com 25,3% do mercado,
atrás da Vivo. A receita no trimestre foi de R$ 2,9 bilhões.
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