São Paulo, quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Teles descartam sinal de crise no setor

Empresas mantêm previsões de investimento; expectativa é que companhias apliquem R$ 19 bilhões no ano que vem

Setor projeta 20 milhões de novos assinantes de telefonia celular em 2009, o que equivale a uma expansão anual de 16%


ELVIRA LOBATO
EM SÃO PAULO

O setor das telecomunicações ainda não incluiu a palavra crise no vocabulário. As grandes empresas do setor sustentam que não há sinais de recessão em seus horizontes e que manterão os investimentos que estão programados para o ano que vem.
Para João Cox, presidente da Claro, o setor de telecomunicações será um dos pilares do crescimento econômico no ano que vem, por causa das metas de universalização impostas pela Anatel (Agência Nacional der Telecomunicações) nos leilões de venda das licenças para a terceira geração da telefonia celular.
A Anatel fixou prazos para as empresas oferecerem banda larga sem fio, a partir da assinatura dos contratos de licença de 3G, no início deste ano: dois anos para o atendimento às capitais e cidades com mais de 500 mil habitantes; quatro anos para as cidades com mais de 200 mil habitantes, até a cobertura de todos os municípios, em dez anos.
Evidência do otimismo que impera no setor é a previsão de ingresso de 20 milhões de novos assinantes de telefonia celular em 2009, o que equivale a uma expansão anual de 16% da base de assinantes instalada. Há expectativa, também, de que o conjunto das teles (fixas e móveis) invistam R$ 19 bilhões no ano que vem, o que corresponde à média dos investimentos anuais verificada nos últimos dez anos, desde a privatização da Telebrás.
O presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, diz que a empresa investirá na expansão de sua rede, em 2009, o mesmo patamar deste ano, de cerca de R$ 4,2 bilhões, sem considerar as aquisições das licenças de 3G e a compra da Brasil Telecom. Só nesta última, o investimento total projetado é de cerca de R$ 12 bilhões.
"A crise de Wall Street leva muito mais tempo para chegar ao assinante do pré-pago do que ao exportador", brincou Falco. Ele disse que também não vislumbra redução de contratos por parte de clientes corporativos, que, segundo ele, enxergam as telecomunicações como um instrumento de geração de negócios.
O presidente da Vivo, Roberto Lima, mantém o mesmo tom dos concorrentes, de que os investimentos serão mantidos. Segundo ele, a Vivo conseguiu captar R$ 550 milhões através da emissão de notas promissórias, depois de iniciada a crise global. A captação, segundo ele, foi para rolagem de dívidas que vencem em novembro.
Apesar do otimismo demonstrado, os executivos admitem que a alta do dólar pode produzir algum impacto nas vendas de celulares para o Natal, porque 95% do custo dos aparelhos celulares são atrelados ao dólar. A desvalorização do real, segundo Cox, será repassada para o preço dos aparelhos, se a cotação do câmbio não refluir.
A Claro anunciou ontem que chegou ao final do terceiro trimestre com 35,677 milhões de assinantes, o que a coloca na posição de segunda maior operadora de telefonia celular do país, com 25,3% do mercado, atrás da Vivo. A receita no trimestre foi de R$ 2,9 bilhões.


Texto Anterior: Atraso em obra de ferrovia encarece projeto financiado por verba pública em R$ 1 bi
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.