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Diminuem as vendas em supermercados
Queda é de 5,6% em setembro em relação a agosto; sobre setembro de 2007, houve aumento de 5,5%, segundo a Abras
Para a Abras, há grande expectativa em relação ao consumo neste mês, pois lojas percebem consumidor cauteloso com os gastos
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
As vendas nos supermercados do país caíram 5,6% em setembro em relação a agosto e
cresceram 5,5% sobre igual
mês de 2007, segundo a Abras,
associação que reúne o setor.
A queda nas vendas em setembro, além de ser sazonal,
ocorreu porque, em agosto,
houve queda nos preços de alguns alimentos, o que resultou
em alta do consumo naquele
mês, na avaliação da Abras. De
janeiro a setembro, as vendas
do setor cresceram 8,9% sobre
igual período do ano passado.
"Setembro foi um bom mês
para o setor, já que houve crescimento sobre 2007. A grande
expectativa agora é em relação
a este mês. O que já se percebe é
que o consumidor está bem
mais cauteloso com os gastos",
afirma Sussumu Honda, presidente da Abras.
As notícias sobre os desdobramentos da crise financeira
internacional tiveram forte impacto nos consumidores. "Por
essa razão, a expectativa é que
as vendas neste mês ainda cresçam na comparação com as de
igual período do ano passado,
mas num ritmo menor", diz.
Pelo fato de o mercado financeiro "estar muito conturbado", segundo ele, a Abras ainda
não fez previsões para o último
trimestre do ano. "O que podemos dizer é que havia expectativa de o setor vender, neste
ano, 10% a mais do que no ano
passado. Agora já estamos falando em algo próximo a 9%."
Os supermercados paulistas
notaram que o consumidor reduziu o valor de compra neste
mês e diminuiu os gastos com
produtos supérfluos. Por conta
disso, a expectativa da Apas
(Associação Paulista de Supermercados) é que as vendas neste mês cresçam 4% em relação
a igual mês do ano passado, e
não mais 9% como estava previsto anteriormente.
"Com tantas notícias ruins
sobre os efeitos da crise, o consumidor está muito indeciso
neste mês -uma hora ele parece que está disposto a comprar;
na outra, parece indeciso. Estamos até evitando falar em previsões neste momento", diz
Martinho Paiva, vice presidente de comunicação da Apas.
A alta do dólar deve resultar
na queda de oferta de produtos
importados nos supermercados neste final de ano, segundo
a Abras. Nos últimos três anos,
a participação dos produtos importados no faturamento dos
supermercados subiu de 2,5%
para 5%. "Não digo que vamos
voltar para 2,5% novamente,
mas é bem provável que os importados diminuam, sim, nas
prateleiras", afirma.
Especializada na venda de
produtos importados, a Casa
Santa Luzia informa que até
agora não mexeu na oferta de
produtos, até porque já tinha
feito importação para as vendas até dezembro. "O que fizemos para manter o consumo foi
trabalhar com preço médio entre produto em estoque e o que
chega agora. Basicamente, a alta de preços nos importados foi
de 10%. Agora, vamos trabalhar
com cautela, pois a expectativa
é de queda no consumo em
2009", afirma Jorge da Conceição Lopes, diretor da loja.
Os supermercados, na avaliação de Honda, vão ter de ser
criativos para atrair o consumidor neste final de ano. "Quem
oferecer crédito pode ter vantagens, pois essa parece ser a
grande preocupação do consumidor neste mês", afirma.
Preços
Levantamento feito pela
Abras constatou que, em setembro, o preço médio de uma
cesta com 35 produtos caiu
1,25% em relação a agosto. Na
comparação com igual período
de 2007, o preço médio da cesta
subiu 8,39%.
Os produtos que registraram
maiores reajustes em relação
ao ano passado foram sabonete
(4,37%), margarina cremosa
(4,28%) e tomate (3,37%). Já os
que apresentarem as maiores
quedas de preços no período foram cebola (26,6%), batata
(17,9%) e óleo de soja (5,02%).
"A alta de preços em relação
ao ano passado foi bastante significativa, pois os alimentos foram os vilões da inflação, mas
acredito que, a partir de agora,
virá um processo de estabilidade. Os preços das commodities
já estão até em queda lá fora",
afirma Honda.
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