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Falta de posição do governo atrasa acordo
Aneel espera que governo oficialize posição de que problema seja resolvido entre agência reguladora e empresas do setor
CPI aprova requerimento exigindo que Aneel calcule quanto foi cobrado a mais na conta de luz pelas 63 distribuidoras do país
Mauricio Lima - 30.mai.01/France Presse
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Manutenção em rede elétrica de SP; tarifas de energia estavam infladas por erro de cálculo
DA REPORTAGEM LOCAL
A falta de uma posição oficial
do governo está adiando a solução para o problema do erro na
conta de luz.
A Aneel (Agência Nacional de
Energia Elétrica) pediu em novembro do ano passado a publicação de uma nova portaria interministerial a partir da qual
poderia fazer a compensação
futura das perdas ocorridas. O
governo já comunicou que não
publicará a nova portaria e que
o caso deve ser resolvido pela
agência reguladora.
A Folha apurou que a Aneel
aguarda agora só a oficialização
dessa posição do governo, já
expressa na CPI do setor, para
chamar as distribuidoras para
costurar um acordo geral.
Ontem, técnicos da Aneel
participariam de uma reunião
com membros dos ministérios
de Minas e Energia e da Fazenda. O objetivo, mais uma vez,
era desatar o nó e indicar uma
saída legal para o imbróglio.
Mas o encontro foi adiado.
Na próxima terça-feira, os
ministros de Minas e Energia,
Edison Lobão, e da Fazenda,
Guido Mantega, irão se reunir
com a promessa de oferecer
uma posição definitiva do governo. O anúncio oficial é esperado na próxima quarta-feira.
A negociação entre Aneel e
concessionárias sobre o erro da
metodologia de reajuste tarifário será, na verdade, um retorno ao assunto.
Em 2007, ao perceber a falha, a Aneel chegou a sondar as
distribuidoras sobre a necessidade de um ajuste nos contratos. A resposta das companhias
foi negativa. O primeiro ponto
foi o fato de que o assunto não
era de conhecimento público.
Além disso, a falha não é das
distribuidoras. As empresas
apenas aplicam uma tarifa definida pela autoridade reguladora. A agência acha que a história mudou depois da revelação
do caso pela Folha, que tornou
o problema público.
Valores
Os consumidores terão o direito de saber quanto cada uma
das 63 distribuidoras do país
receberam a mais devido ao erro na tarifa de energia elétrica
pagas a partir das contas de luz.
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Tarifas de
Energia Elétrica aprovou, na
noite da quarta-feira, requerimento exigindo que a Aneel
calcule o valor cobrado a mais
em cada área de concessão.
Segundo o presidente da CPI,
Eduardo da Fonte (PP-PE), autor do requerimento, a agência
terá cinco dias para apresentar
os números.
O próprio deputado reconhece, entretanto, que terá de conceder mais prazo dada a quantidade de informações que terão
de ser recuperadas para o recalculo das tarifas.
Como o problema é antigo
-nasceu na assinatura dos
contratos de concessão, ainda
na gestão Fernando Henrique
Cardoso-, não há previsão de
quando isso poderá ser entregue, segundo a Aneel.
Por causa disso, a agência
tentou mobilizar deputados no
Congresso na noite de quarta-feira para tentar impedir a votação do requerimento. A presidência da CPI considerou a
atuação da Aneel uma obstrução aos trabalho da comissão. A
Aneel explicou ontem que a iniciativa não teve o objetivo de
obstruir, mas de evitar a aprovação de um pedido inviável no
prazo definido.
(AGNALDO BRITO)
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