São Paulo, sexta-feira, 30 de outubro de 2009

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Sob efeito dos EUA, Bolsa se recupera e sobe 5,91%

Alta não anula perdas da semana; dólar cai a R$ 1,73

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os dias ruins não duraram muito no mercado financeiro. A Bolsa de Valores não desperdiçou os ventos favoráveis do exterior e cravou valorização de 5,91%. Todavia, apesar de expressiva, a alta de ontem não foi suficiente para anular as perdas da semana, que estão em 2,06%. No mês, a Bolsa voltou a ter ganhos, de 3,58%.
O resultado da primeira prévia do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA trouxe ânimo aos investidores internacionais, que decidiram ampliar suas apostas nos mercados de risco. O resultado foi a alta registrada pela maioria das Bolsas de Valores pelo mundo.
Em Wall Street, o índice acionário Dow Jones registrou valorização de 2,05%. Na Europa, Frankfurt subiu 1,66%, e Londres ganhou 1,13%.
As commodities também reagiram positivamente -o que foi fundamental para o mercado brasileiro. O petróleo teve apreciação de 3,11% e terminou cotado a US$ 79,87.
Sobre o PIB americano, o economista José Góes, da WinTrade, disse que "o resultado é animador, porque confirma que os EUA saíram da recessão, mas ainda é necessária cautela". "Precisamos ficar atentos para perceber se tal sinal de recuperação vai continuar com a retirada paulatina dos incentivos do governo", afirmou.
Com o cenário internacional favorável, os estrangeiros elevaram suas compras no mercado local, beneficiando as ações de diferentes setores.
No topo das altas da Bovespa ontem, apareceram papéis que tinham sofrido perdas elevadas no pregão anterior. Um exemplo é a ação ordinária da MMX Mineração: líder das altas ontem, com apreciação de 12,35%, o papel havia sofrido perdas de 9,28% no pregão anterior.
Outra ação que se recuperou com consistência foi a da Vale. A mineradora, que apresentou seu balanço na noite de quarta, viu seu papel PNA subir 8,58% ontem. No dia anterior, havia sofrido recuo de 4,53%.
As compras mais expressivas feitas com capital externo ontem devem melhorar o saldo das operações dos estrangeiros no mês. Nos últimos pregões, um misto de piora do cenário externo com a decisão do governo de cobrar 2% de IOF dos estrangeiros fez muitos dólares deixarem a Bolsa.
O governo anunciou a taxação dos estrangeiros na noite de segunda-feira retrasada. E em uma semana quase R$ 3 bilhões em capital externo deixaram a Bovespa. Ao menos no mês, apesar da fuga, o saldo das operações dos estrangeiros mantinha-se positivo, em R$ 2,085 bilhões, no último dia 27.
No pregão de ontem, apenas a ação ON da CPFL registrou perda, de 0,44%, entre os 63 ativos que formam o Ibovespa.
Entre os papéis de maior negociação, altas fortes foram marcadas por Petrobras PN (5,31%), Gerdau PN (7,71%) e CSN ON (5,45%).

Câmbio e juros
Em sintonia com o mercado internacional, o dólar terminou o dia com depreciação diante do real, de 1,37%, cotado a R$ 1,731. No mês, a baixa da moeda americana está em 2,31%.
No mercado de juros, os reflexos mais fortes vieram do tom da ata do Copom. O documento, que explicou os motivos que levaram à manutenção da taxa básica em 8,75%, mostrou que o BC está atento ao ritmo de recuperação da economia brasileira e seus impactos inflacionários. Dessa forma, os juros futuros, que indicam a expectativa de alta da taxa Selic em 2010, acabaram por subir ontem. No contrato de juros que vence em 15 meses, o mais negociado, a taxa aumentou de 10,21% para 10,26%.


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