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Sob efeito dos EUA, Bolsa se recupera e sobe 5,91%
Alta não anula perdas da
semana; dólar cai a R$ 1,73
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os dias ruins não duraram
muito no mercado financeiro.
A Bolsa de Valores não desperdiçou os ventos favoráveis do
exterior e cravou valorização
de 5,91%. Todavia, apesar de
expressiva, a alta de ontem não
foi suficiente para anular as
perdas da semana, que estão
em 2,06%. No mês, a Bolsa voltou a ter ganhos, de 3,58%.
O resultado da primeira prévia do PIB (Produto Interno
Bruto) dos EUA trouxe ânimo
aos investidores internacionais, que decidiram ampliar
suas apostas nos mercados de
risco. O resultado foi a alta registrada pela maioria das Bolsas de Valores pelo mundo.
Em Wall Street, o índice acionário Dow Jones registrou valorização de 2,05%. Na Europa,
Frankfurt subiu 1,66%, e Londres ganhou 1,13%.
As commodities também
reagiram positivamente -o
que foi fundamental para o
mercado brasileiro. O petróleo
teve apreciação de 3,11% e terminou cotado a US$ 79,87.
Sobre o PIB americano, o
economista José Góes, da WinTrade, disse que "o resultado é
animador, porque confirma
que os EUA saíram da recessão,
mas ainda é necessária cautela". "Precisamos ficar atentos
para perceber se tal sinal de recuperação vai continuar com a
retirada paulatina dos incentivos do governo", afirmou.
Com o cenário internacional
favorável, os estrangeiros elevaram suas compras no mercado local, beneficiando as ações
de diferentes setores.
No topo das altas da Bovespa
ontem, apareceram papéis que
tinham sofrido perdas elevadas
no pregão anterior. Um exemplo é a ação ordinária da MMX
Mineração: líder das altas ontem, com apreciação de 12,35%,
o papel havia sofrido perdas de
9,28% no pregão anterior.
Outra ação que se recuperou
com consistência foi a da Vale.
A mineradora, que apresentou
seu balanço na noite de quarta,
viu seu papel PNA subir 8,58%
ontem. No dia anterior, havia
sofrido recuo de 4,53%.
As compras mais expressivas
feitas com capital externo ontem devem melhorar o saldo
das operações dos estrangeiros
no mês. Nos últimos pregões,
um misto de piora do cenário
externo com a decisão do governo de cobrar 2% de IOF dos
estrangeiros fez muitos dólares
deixarem a Bolsa.
O governo anunciou a taxação dos estrangeiros na noite
de segunda-feira retrasada. E
em uma semana quase R$ 3 bilhões em capital externo deixaram a Bovespa. Ao menos no
mês, apesar da fuga, o saldo das
operações dos estrangeiros
mantinha-se positivo, em R$
2,085 bilhões, no último dia 27.
No pregão de ontem, apenas
a ação ON da CPFL registrou
perda, de 0,44%, entre os 63
ativos que formam o Ibovespa.
Entre os papéis de maior negociação, altas fortes foram
marcadas por Petrobras PN
(5,31%), Gerdau PN (7,71%) e
CSN ON (5,45%).
Câmbio e juros
Em sintonia com o mercado
internacional, o dólar terminou
o dia com depreciação diante
do real, de 1,37%, cotado a R$
1,731. No mês, a baixa da moeda
americana está em 2,31%.
No mercado de juros, os reflexos mais fortes vieram do
tom da ata do Copom. O documento, que explicou os motivos
que levaram à manutenção da
taxa básica em 8,75%, mostrou
que o BC está atento ao ritmo
de recuperação da economia
brasileira e seus impactos inflacionários. Dessa forma, os juros
futuros, que indicam a expectativa de alta da taxa Selic em
2010, acabaram por subir ontem. No contrato de juros que
vence em 15 meses, o mais negociado, a taxa aumentou de
10,21% para 10,26%.
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