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Fundo do Qatar afirma que quer investir no país
DA REDAÇÃO
O braço agrícola do fundo
do governo do Qatar afirmou
que pretende concluir até o
final deste ano "grandes" negócios no Brasil e na Argentina, nos setores de trigo, milho, soja, açúcar, frango e
carne bovina.
Segundo Nasser Mohamed Al Hajri, presidente da
Hassan Food (que é a divisão
do fundo soberano qatari para o setor), a empresa pretende fechar seis aquisições
ainda neste ano, parte delas
na América Latina. Ele disse
ainda que a firma está em
busca de companhias que foram prejudicadas pela crise
financeira global.
"Nós temos capital e podemos alavancar nosso financiamento em qualquer lugar.
Se houver uma boa oportunidade que se encaixe na nossa
estratégia, não há limite."
A Hassan Food foi criada
no ano passado com capital
de US$ 1 bilhão e segue uma
tendência de vários governos
do Oriente Médio de comprar terras e empresas no exterior para garantir o abastecimento de seus países e de
outras regiões.
No início desta semana, o
fundo do Qatar fechou uma
parceria com o governo do
Sudão para o cultivo inicialmente de cerca de 8.000 hectares no norte do país africano -o acordo pode se expandir para até 100 mil hectares.
Além disso, confirmou ontem que está interessada em
investir na russa Pava, de
processamento de grãos. No
início do mês, a própria companhia russa já havia dito
que pretendia obter aproximadamente US$ 150 milhões com a venda de ações
para investidores do Oriente
Médio.
Esses investimentos dos
países árabes (que são extremamente dependentes da
importação de alimentos)
em terras no exterior começaram a ganhar destaque a
partir do primeiro semestre
do ano passado, quando os
preços de vários produtos
agrícolas dispararam. O movimento arrefeceu ainda em
2008, resultado do agravamento da crise global, mas
começou a retomar fôlego
agora.
As aquisições, no entanto,
são alvo de críticas. As Nações Unidas disseram, em
abril, temer que os direitos
dos produtores de países em
desenvolvimento possam ser
prejudicados com a compra
de terra por parte de investidores estrangeiros interessados em garantir o abastecimento de suas regiões.
Com Reuters
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