São Paulo, sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fundo do Qatar afirma que quer investir no país

DA REDAÇÃO

O braço agrícola do fundo do governo do Qatar afirmou que pretende concluir até o final deste ano "grandes" negócios no Brasil e na Argentina, nos setores de trigo, milho, soja, açúcar, frango e carne bovina.
Segundo Nasser Mohamed Al Hajri, presidente da Hassan Food (que é a divisão do fundo soberano qatari para o setor), a empresa pretende fechar seis aquisições ainda neste ano, parte delas na América Latina. Ele disse ainda que a firma está em busca de companhias que foram prejudicadas pela crise financeira global.
"Nós temos capital e podemos alavancar nosso financiamento em qualquer lugar. Se houver uma boa oportunidade que se encaixe na nossa estratégia, não há limite."
A Hassan Food foi criada no ano passado com capital de US$ 1 bilhão e segue uma tendência de vários governos do Oriente Médio de comprar terras e empresas no exterior para garantir o abastecimento de seus países e de outras regiões.
No início desta semana, o fundo do Qatar fechou uma parceria com o governo do Sudão para o cultivo inicialmente de cerca de 8.000 hectares no norte do país africano -o acordo pode se expandir para até 100 mil hectares.
Além disso, confirmou ontem que está interessada em investir na russa Pava, de processamento de grãos. No início do mês, a própria companhia russa já havia dito que pretendia obter aproximadamente US$ 150 milhões com a venda de ações para investidores do Oriente Médio.
Esses investimentos dos países árabes (que são extremamente dependentes da importação de alimentos) em terras no exterior começaram a ganhar destaque a partir do primeiro semestre do ano passado, quando os preços de vários produtos agrícolas dispararam. O movimento arrefeceu ainda em 2008, resultado do agravamento da crise global, mas começou a retomar fôlego agora.
As aquisições, no entanto, são alvo de críticas. As Nações Unidas disseram, em abril, temer que os direitos dos produtores de países em desenvolvimento possam ser prejudicados com a compra de terra por parte de investidores estrangeiros interessados em garantir o abastecimento de suas regiões.


Com Reuters


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Governo começa consulta sobre internet
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.