São Paulo, sábado, 30 de novembro de 2002

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INFLAÇÃO DA PETROBRAS

Preço do botijão sobe 5,6% para o consumidor, com reajuste de 9,5% na refinaria; gasolina cai 1,6%

Gás de cozinha e diesel vão ficar mais caros de novo

DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobras anunciou a redução de 1,6% no preço da gasolina na refinaria a partir de amanhã. A estatal informou também um reajuste de 9,5% no preço do botijão de 13 kg do gás de cozinha
Segundo a Petrobras, o GLP para uso residencial deverá subir 5,6% ao consumidor, se mantidas as atuais margens de lucro de revendedores e distribuidores e as regras de tributação.
A Petrobras não calculou o impacto no caso da gasolina. A Fecombustíveis (federação nacional de postos) estima uma queda de 0,9% -ou R$ 0,02- para a gasolina em São Paulo. No Rio de Janeiro e em outros 18 Estados nos quais ocorreu mudança na base de arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), o preço deve ficar inalterado.
Aumentaram também os preços de mais dois derivados: GLP para uso industrial e comercial (5,7%) e óleo diesel (9,5%). Outros três produtos sofreram redução de preços: querosene de aviação (14,4%) nafta petroquímica (14,5%) e óleo combustível (2,7%). É a terceira queda de preço na gasolina neste ano. No caso do GLP, foi o sexto aumento.
Ao explicar o aumento do diesel e do GLP, a Petrobras informou que eles ocorreram em razão do alinhamento dos preços ao mercado internacional, que ainda permanecem em patamares superiores aos praticados pela companhia. Segundo a estatal, os reajustes visam reduzir a defasagem em relação aos preços externos.
Em relação aos combustíveis que sofreram queda de preço, a companhia cita como principais fatores a retração da taxa de câmbio e as variações de preço do mercado internacional.
De acordo com especialistas, é natural que a gasolina caia e o diesel e o gás de cozinha subam. É que os dois últimos estão num período de pico de consumo no hemisfério norte, onde é inverno e os produtos são usados para aquecimento.
Já a gasolina tem uma maior demanda no verão do hemisfério norte, quando é período de férias e os carros são mais utilizados.
O presidente da Fergás (federação nacional dos revendedores de gás), Álvaro Chagas, criticou o reajuste do GLP. Ele disse que o governo não tem uma política de preços para o produto. Afirmou que "parece que o controle só durou enquanto havia a preocupação com as eleições".
De acordo com ele, "não há lógica nenhuma na política de preços adotada pela Petrobras, que hora represa os aumentos e hora abre as comportas todas de uma vez só".
Chagas não soube estimar o impacto do reajuste ao consumidor, mas disse que o repasse de preços por parte das revendas será integral, dependendo do percentual aplicado pelas distribuidoras.
O vice-presidente da Fecombustíveis, Aldo Guarda também criticou o aumento do diesel. Para ele, a defasagem em relação ao mercado externo não justifica um aumento de 9,5%. Disse ainda que falta uma política clara de reajuste de preço.


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