|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
INFLAÇÃO DA PETROBRAS
Preço do botijão sobe 5,6% para o consumidor, com reajuste de 9,5% na refinaria; gasolina cai 1,6%
Gás de cozinha e diesel vão ficar mais caros de novo
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras anunciou a redução de 1,6% no preço da gasolina
na refinaria a partir de amanhã. A
estatal informou também um reajuste de 9,5% no preço do botijão
de 13 kg do gás de cozinha
Segundo a Petrobras, o GLP para uso residencial deverá subir
5,6% ao consumidor, se mantidas
as atuais margens de lucro de revendedores e distribuidores e as
regras de tributação.
A Petrobras não calculou o impacto no caso da gasolina. A Fecombustíveis (federação nacional
de postos) estima uma queda de
0,9% -ou R$ 0,02- para a gasolina em São Paulo. No Rio de Janeiro e em outros 18 Estados nos
quais ocorreu mudança na base
de arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), o preço deve ficar
inalterado.
Aumentaram também os preços de mais dois derivados: GLP
para uso industrial e comercial
(5,7%) e óleo diesel (9,5%). Outros três produtos sofreram redução de preços: querosene de aviação (14,4%) nafta petroquímica
(14,5%) e óleo combustível
(2,7%). É a terceira queda de preço na gasolina neste ano. No caso
do GLP, foi o sexto aumento.
Ao explicar o aumento do diesel
e do GLP, a Petrobras informou
que eles ocorreram em razão do
alinhamento dos preços ao mercado internacional, que ainda
permanecem em patamares superiores aos praticados pela companhia. Segundo a estatal, os reajustes visam reduzir a defasagem em
relação aos preços externos.
Em relação aos combustíveis
que sofreram queda de preço, a
companhia cita como principais
fatores a retração da taxa de câmbio e as variações de preço do
mercado internacional.
De acordo com especialistas, é
natural que a gasolina caia e o diesel e o gás de cozinha subam. É
que os dois últimos estão num período de pico de consumo no hemisfério norte, onde é inverno e
os produtos são usados para
aquecimento.
Já a gasolina tem uma maior demanda no verão do hemisfério
norte, quando é período de férias
e os carros são mais utilizados.
O presidente da Fergás (federação nacional dos revendedores de
gás), Álvaro Chagas, criticou o
reajuste do GLP. Ele disse que o
governo não tem uma política de
preços para o produto. Afirmou
que "parece que o controle só durou enquanto havia a preocupação com as eleições".
De acordo com ele, "não há lógica nenhuma na política de preços adotada pela Petrobras, que
hora represa os aumentos e hora
abre as comportas todas de uma
vez só".
Chagas não soube estimar o impacto do reajuste ao consumidor,
mas disse que o repasse de preços
por parte das revendas será integral, dependendo do percentual
aplicado pelas distribuidoras.
O vice-presidente da Fecombustíveis, Aldo Guarda também
criticou o aumento do diesel. Para
ele, a defasagem em relação ao
mercado externo não justifica um
aumento de 9,5%. Disse ainda
que falta uma política clara de
reajuste de preço.
Texto Anterior: Luís Nassif: As multinacionais brasileiras Próximo Texto: Reajustes pressionam a inflação Índice
|