|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRISE NO AR
Banco aceita plano mesmo em bases diferente
Sem acordo com credores, BNDES sinaliza que não vai ajudar a Varig
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O BNDES não deixará de socorrer a Varig, que vive a pior crise da
sua história. O que o banco estatal
quer -e o mais rápido possível- é que a companhia volte a se
entender com os credores e feche
um novo acordo com eles, segundo a Folha apurou.
A avaliação do banco é que sem
um entendimento com os credores não há como ajudar a Varig,
que não teria como operar sem
um fôlego dado por eles.
Isso porque, além do pesado
vencimento de dívidas no curto
prazo, a companhia tem de honrar compromissos diários, como
as taxas pagas à Infraero e o combustível adquirido da BR. A Varig
não teria caixa suficiente para fazer as duas coisas.
Ainda segundo a Folha apurou,
o BNDES aceitará um acordo
com credores mesmo que seja em
bases diferentes das que constavam no memorando de entendimentos rejeitado na semana passada pela FRB (Fundação Ruben
Berta), controladora da Varig. Pelo acerto que naufragou, haveria
um perdão temporário de dívidas
no valor de US$ 117 milhões.
Ao rejeitar o acordo, a FRB informou que ele não contemplava
uma solução de longo prazo para
o endividamento da companhia
-US$ 764 milhões-, não garantia a participação do BNDES na
capitalização da empresa e privilegiava alguns credores.
Para tentar desatar o nó do
apoio do banco, estiveram reunidos ontem no BNDES, por cerca
de uma hora, o presidente do conselho curador e do Conselho de
Administração da FRB, Yutaka
Imagawa, e o presidente do banco, Eleazar de Carvalho Filho. Na
saída, ninguém falou.
Ontem, o BNDES, que ficou de
dar uma resposta ao pedido de
socorro da Varig até hoje, enviou
uma carta à companhia ressaltando sua posição. O conteúdo, protegido por sigilo bancário, não foi
divulgado. Foi uma resposta a
uma solicitação feita em março,
quando o então diretor de controladoria e hoje presidente interino,
Manuel Guedes, apresentou o
plano original de capitalização.
Texto Anterior: Luz sobe para indústria no N e NE Próximo Texto: Governo Lula admite controle até estrangeiro Índice
|