São Paulo, sábado, 30 de novembro de 2002

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CRISE NO AR

Banco aceita plano mesmo em bases diferente

Sem acordo com credores, BNDES sinaliza que não vai ajudar a Varig

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES não deixará de socorrer a Varig, que vive a pior crise da sua história. O que o banco estatal quer -e o mais rápido possível- é que a companhia volte a se entender com os credores e feche um novo acordo com eles, segundo a Folha apurou.
A avaliação do banco é que sem um entendimento com os credores não há como ajudar a Varig, que não teria como operar sem um fôlego dado por eles.
Isso porque, além do pesado vencimento de dívidas no curto prazo, a companhia tem de honrar compromissos diários, como as taxas pagas à Infraero e o combustível adquirido da BR. A Varig não teria caixa suficiente para fazer as duas coisas.
Ainda segundo a Folha apurou, o BNDES aceitará um acordo com credores mesmo que seja em bases diferentes das que constavam no memorando de entendimentos rejeitado na semana passada pela FRB (Fundação Ruben Berta), controladora da Varig. Pelo acerto que naufragou, haveria um perdão temporário de dívidas no valor de US$ 117 milhões.
Ao rejeitar o acordo, a FRB informou que ele não contemplava uma solução de longo prazo para o endividamento da companhia -US$ 764 milhões-, não garantia a participação do BNDES na capitalização da empresa e privilegiava alguns credores.
Para tentar desatar o nó do apoio do banco, estiveram reunidos ontem no BNDES, por cerca de uma hora, o presidente do conselho curador e do Conselho de Administração da FRB, Yutaka Imagawa, e o presidente do banco, Eleazar de Carvalho Filho. Na saída, ninguém falou.
Ontem, o BNDES, que ficou de dar uma resposta ao pedido de socorro da Varig até hoje, enviou uma carta à companhia ressaltando sua posição. O conteúdo, protegido por sigilo bancário, não foi divulgado. Foi uma resposta a uma solicitação feita em março, quando o então diretor de controladoria e hoje presidente interino, Manuel Guedes, apresentou o plano original de capitalização.


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