São Paulo, sábado, 30 de novembro de 2002

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Dólar sobe 1,24%, e risco Brasil fecha mês abaixo de 1.600 pontos

GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo após duas intervenções do Banco Central (BC) o dólar fechou em alta de 1,24%, cotado a R$ 3,655. No mês, a moeda fechou com valorização de 0,69%.
Ao contrário do dólar, o risco-país, medido pelo JP Morgan, caiu 2,4% para 1.586 pontos, e acumulou uma baixa no mês de 8,9%. Para os analistas, a melhora das contas públicas e da balança comercial tem ajudado a valorizar os títulos brasileiros no exterior.
O BC vendeu dólares durante a manhã, para tentar conter a alta da moeda norte-americana, mas a cotação continuou a subir. Durante a tarde, quando a moeda estava valorizada em mais de 2%, o BC interveio novamente e a cotação cedeu um pouco.
O dia foi de poucos negócios, o que favoreceu a pressão especulativa para a alta da moeda norte-americana, que já era esperada. Ontem era o dia de formação do Ptax (preço médio do dólar, medido diariamente pelo Banco Central), que determinará o valor pelo qual serão resgatados os títulos cambiais do governo que vencem na próxima segunda-feira. Apesar de o BC ter rolado 71% do total dos vencimentos, ainda há aproximadamente U$ 670 milhões a serem resgatados.
A inflação e o fato de o novo governo ainda não ter anunciado mais nomes continuam a justificar a alta do dólar. Segundo operadores, na falta de novidades maiores, a nota do governador de Minas, Itamar Franco, criticando o PT, ajudou a influenciar negativamente o mercado.
Para Ricardo de Campos, gestor da Hedging-Griffo, há também o "efeito do final do mês", em que os operadores tendem a fazer de tudo para encerrar o período com bom resultado.
Segundo ele, em dezembro vence aproximadamente U$ 1 bilhão em eurobônus, que, com o atual patamar do risco-país, não devem ser renovados, o que também ajuda a pressionar o câmbio.


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