São Paulo, quarta-feira, 30 de novembro de 2005

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MINERAÇÃO

Companhia adquire 93% das ações ordinárias da Canico; valor pago aos acionistas ficou R$ 300 mi acima da 1ª oferta

Vale leva mineradora canadense por R$ 1,7 bi

LUCIANA BRAFMAN
DA SUCURSAL DO RIO

Por cerca de R$ 1,65 bilhão, dois meses depois da primeira oferta, a Vale do Rio Doce adquiriu na segunda-feira 93% das ações ordinárias da empresa canadense de exploração mineral Canico.
Com a aquisição, a Vale deve ficar entre as quatro maiores produtoras mundiais de níquel, informou o presidente da empresa, Roger Agnelli.
A mineradora pagou em torno de R$ 39 por ação (20,80 dólares canadenses). O valor total, que será desembolsado até amanhã para os acionistas da Canico, ficou cerca de R$ 300 milhões acima da primeira oferta, quando a Vale queria pagar 17,50 dólares canadenses por ação. Até o próximo dia 8, os acionistas da Canico que não aderiram à oferta ainda terão a chance de vender as ações pelo mesmo preço oferecido agora.
A intenção da Vale, de acordo com Agnelli, é fechar o capital da Canico. No Brasil, o maior ativo da canadense é o projeto de Onça Puma, na Serra dos Carajás (PA), de exploração de níquel laterítico. O início da operação está previsto para o primeiro semestre de 2008.
Agnelli considerou a oferta bem-sucedida, porque "gera valor aos acionistas da Vale". Ele disse que a intenção é tocar a exploração em sinergia com Vermelho, primeiro projeto de níquel da companhia, na mesma região.
Estão previstos investimentos de até US$ 1,1 bilhão em Onça Puma e de até US$ 1,2 bilhão em Vermelho. A intenção da Vale, porém, é reduzir esses valores com o aproveitamento da mesma infra-estrutura, por exemplo.
A previsão é que a planta de Onça Puma produza cerca de 57 mil toneladas de níquel, por 40 anos, aproximadamente. Com Vermelho, cuja produção é estimada em 47 mil, a Vale deve ocupar a quarta posição no mercado mundial de produtores de níquel.
A empresa também aposta em estudos nas minas Lince, Jaguar e São João do Piauí para aumentar sua participação no mercado de níquel. A estratégia da Vale é ampliar sua participação no mercado de não-ferrosos. "A Vale, com a inserção do níquel, tem um portfólio de produtos para a siderurgia mundial", afirmou Agnelli.
O resultado da aquisição, a única do ano, é considerado positivo para a Vale. Em 2004, a empresa não foi bem-sucedida em sua tentativa de comprar a canadense Noranda, depois de reação negativa do mercado financeiro.


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