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MINERAÇÃO
Companhia adquire 93% das ações ordinárias da Canico; valor pago aos acionistas ficou R$ 300 mi acima da 1ª oferta
Vale leva mineradora canadense por R$ 1,7 bi
LUCIANA BRAFMAN
DA SUCURSAL DO RIO
Por cerca de R$ 1,65 bilhão, dois
meses depois da primeira oferta, a
Vale do Rio Doce adquiriu na segunda-feira 93% das ações ordinárias da empresa canadense de
exploração mineral Canico.
Com a aquisição, a Vale deve ficar entre as quatro maiores produtoras mundiais de níquel, informou o presidente da empresa,
Roger Agnelli.
A mineradora pagou em torno
de R$ 39 por ação (20,80 dólares
canadenses). O valor total, que será desembolsado até amanhã para os acionistas da Canico, ficou
cerca de R$ 300 milhões acima da
primeira oferta, quando a Vale
queria pagar 17,50 dólares canadenses por ação. Até o próximo
dia 8, os acionistas da Canico que
não aderiram à oferta ainda terão
a chance de vender as ações pelo
mesmo preço oferecido agora.
A intenção da Vale, de acordo
com Agnelli, é fechar o capital da
Canico. No Brasil, o maior ativo
da canadense é o projeto de Onça
Puma, na Serra dos Carajás (PA),
de exploração de níquel laterítico.
O início da operação está previsto
para o primeiro semestre de 2008.
Agnelli considerou a oferta
bem-sucedida, porque "gera valor aos acionistas da Vale". Ele
disse que a intenção é tocar a exploração em sinergia com Vermelho, primeiro projeto de níquel da
companhia, na mesma região.
Estão previstos investimentos
de até US$ 1,1 bilhão em Onça Puma e de até US$ 1,2 bilhão em
Vermelho. A intenção da Vale,
porém, é reduzir esses valores
com o aproveitamento da mesma
infra-estrutura, por exemplo.
A previsão é que a planta de Onça Puma produza cerca de 57 mil
toneladas de níquel, por 40 anos,
aproximadamente. Com Vermelho, cuja produção é estimada em
47 mil, a Vale deve ocupar a quarta posição no mercado mundial
de produtores de níquel.
A empresa também aposta em
estudos nas minas Lince, Jaguar e
São João do Piauí para aumentar
sua participação no mercado de
níquel. A estratégia da Vale é ampliar sua participação no mercado de não-ferrosos. "A Vale, com
a inserção do níquel, tem um
portfólio de produtos para a siderurgia mundial", afirmou Agnelli.
O resultado da aquisição, a única do ano, é considerado positivo
para a Vale. Em 2004, a empresa
não foi bem-sucedida em sua tentativa de comprar a canadense
Noranda, depois de reação negativa do mercado financeiro.
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