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Pior trimestre em 28 anos deve derrubar o PIB dos EUA em 3,5%
Maiores bancos do mundo prevêem, até o segundo trimestre de 2009, o maior recuo econômico desde o pós-Guerra, em 1945
"A força mais poderosa que
remodela a economia hoje é
o "desendividamento" das
famílias e empresas", diz
relatório de grandes bancos
FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL
O último mês de 2008 começa amanhã e vai "empacotar"
muito provavelmente o pior
trimestre em termos econômicos para o mundo desde 1980,
ano que inaugurou a mais forte
recessão das últimas décadas.
O temor já é que a atual recessão mundial se transforme aos
poucos em uma depressão.
Resultados preliminares de
outubro e novembro projetam
queda de 3,5% no PIB (Produto
Interno Bruto) dos EUA no último trimestre. No Japão e nos
países da União Européia (que
com os EUA compõem o G3), a
queda deve ultrapassar 1,5%.
Relatório "confidencial" elaborado e distribuído entre os
375 maiores bancos de 70 países que integram o IIF (Instituto de Finanças Internacionais,
na sigla em inglês) projeta esses
e outros números negativos. O
documento afirma que a queda
no consumo e na confiança de
empresas e consumidores é
"maciça e continuada".
"Nos EUA, o último trimestre do ano será particularmente horrível, com as vendas domésticas subtraindo mais de
cinco pontos do PIB. Todos os
componentes da demanda do
setor privado estão em queda.
Até o segundo trimestre de
2009, teremos o maior recuo
no crescimento desde o período do pós-Guerra (1945)", diz o
relatório dos bancos.
Na base da forte desaceleração atual, segundo o relatório,
estaria a necessidade de "desendividamento".
"A força mais poderosa que
está remodelando a economia
mundial hoje é a pressão pelo
"desendividamento". As famílias simplesmente precisam diminuir as suas dívidas, assim
como as empresas e os bancos",
diz o documento do IIF.
Nos EUA, a razão entre o total das dívidas do setor financeiro em relação ao PIB subiu
de 20% em meados dos anos
1980 para cerca de 120% no início de 2008.
O PIB dos EUA já caiu 0,5%
no terceiro trimestre, puxado
por uma queda anualizada de
3,7% no consumo -a maior em
25 anos. O país estará tecnicamente em recessão quando
apresentar mais um trimestre
de crescimento negativo.
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