São Paulo, quarta, 30 de dezembro de 1998

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MERCADO FINANCEIRO
Bolsa cai 2,66%; US$ 192 mi saem do país

da Reportagem Local

A preocupação com a evasão de divisas do país, que bateu no US$ 1 bilhão anteontem, derrubou a Bolsa de Valores de São Paulo e trouxe pânico aos mercados futuros de dólar na BM&F.
A Bolsa chegou a cair 3,95% durante o dia, fechando com desvalorização de 2,66%. O volume negociado com ações, de R$ 253,54 milhões, continuou fraco. A queda só não foi maior por causa do desempenho favorável da Bolsa de Valores de Nova York, que fechou com alta de 1,02%, próxima aos seus recordes históricos.
O movimento mais forte foi verificado no mercado de dólar futuro na BM&F. Os contratos mais negociados, de vencimento em fevereiro, chegaram a projetar desvalorização de 1,79% do real contra o dólar em janeiro, contra os 1,65% projetados no fechamento de anteontem.
Mas, por volta das 12h, o Banco do Brasil entrou com força no mercado, operando a pedido do Banco Central. As projeções de desvalorização cambial para janeiro caíram para 1,20% e fecharam a 1,38%.
O Banco do Brasil atuou também no mercado de dólar comercial à vista. Vendeu cerca de US$ 600 milhões para evitar uma desvalorização do real.
Os investidores passaram a acreditar que a evasão de dólares seria forte ontem, de cerca de US$ 500 milhões. Mas, até as 19h30, haviam deixado o país US$ 192 milhões. Pelo mercado de dólar comercial e financeiro, o fluxo cambial estava negativo em US$ 97 milhões. Pelo flutuante, um segmento do turismo, o saldo estava negativo em US$ 95 milhões. Com isso, as saídas acumuladas no mês passam a US$ 4,8 bilhões.
O Banco Central informou ontem à Folha que, sem considerar o movimento de ontem, as reservas internacionais, o caixa em moeda forte, estão em US$ 38 bilhões. Levando-se em conta a ajuda internacional ao país, as reservas estão em US$ 47 bilhões, diz o BC.
O Banco Central vendeu títulos do Tesouro: R$ 500 milhões em papéis com variação cambial e mais R$ 500 milhões em papéis indexados à média dos juros dos Certificados de Depósito Bancário de 30 dias dos principais bancos. Vendeu também R$ 500 milhões de papéis prefixados nas primeiras quatro semanas e pós-fixados até 29 de dezembro de 99.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)



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