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DIVERSIFICAÇÃO
Indústria gaúcha é o quarto maior produtor de chocolates no Brasil; grupo italiano estuda manter marca
Parmalat compra Neugebauer por R$ 8,3 mi
CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
da Reportagem Local
A Parmalat acaba de comprar a
fábrica de chocolates Neugebauer,
de Porto Alegre (RS), uma das
mais antigas empresas do país,
com 107 anos de existência.
A Neugebauer pertencia desde
1982 ao grupo Fenícia, controlador
das lojas Arapuã, em concordata
desde junho. O valor do negócio,
cujo contrato foi assinado na segunda-feira, é estimado pelo mercado financeiro em R$ 8,3 milhões.
A assessoria de imprensa da Parmalat confirma que o negócio foi
fechado, mas diz que só dará maiores informações em janeiro.
Um comunicado deveria ter sido
enviado ontem à CVM (Comissão
de Valores Mobiliários) informando sobre a concretização da venda.
A Neugebauer é uma empresa de
capital aberto, embora não tenha
suas ações negociadas em Bolsas
de Valores. A compra foi feita pela
Parmalat Participações.
A Neugebauer tinha um patrimônio de cerca de R$ 6,5 milhões
em novembro e prevê um faturamento um pouco inferior a R$ 40
milhões neste ano. Suas vendas são
mais fortes no mercado do Rio
Grande do Sul, onde detém 18% de
participação.
Em termos nacionais, sua fatia é
bem menor, em torno de 4,5%,
bem distante dos três gigantes que
controlam cerca de 90% do mercado brasileiro de chocolates, a Nestlé, a Lacta, a Garoto. Com a compra, a Parmalat entra nesse disputado mercado.
Segundo a Folhaapurou, o presidente da empresa no Brasil, Gianni
Grisendi, estuda a possibilidade de
manter a marca Neugebauer.
Para a concretização do negócio,
foi montada uma operação de engenharia financeira já que a Parmalat, na verdade, não comprou a
Neugebauer S/A, a empresa que
existe há 107 anos. Foi criada uma
outra empresa, a Neugebauer
Ltda, que ficou com alguns ativos,
como os equipamentos da fábrica
e os estoques.
A Neugebauer S/A vai continuar
existindo, até porque é proprietária da fábrica em Porto Alegre, que
será arrendada à Parmalat.
Os cerca de 450 funcionários serão transferidos para o grupo italiano. As obrigações trabalhistas
deste ano ainda serão bancadas
pelo grupo Fenícia, que também
terá que pagar fornecedores e outras dívidas.
Este não é o primeiro negócio entre os dois grupos. Em março, a
Parmalat comprou a outra empresa alimentícia do grupo Fenícia, a
Etti, por um valor calculado pelo
mercado em R$ 45 milhões.
A venda da Neugebauer é mais
um passo dado pela família de Jorge Simeira Jacob no processo de
reestruturação do grupo Fenícia,
abalado pelo pedido de concordata da Arapuã em junho, que tinha
dívidas estimadas em R$ 800 milhões.
A principal iniciativa é uma proposta de troca da dívida por títulos
(debêntures), que serão pagos em
um prazo máximo de nove anos.
Os maiores credores do grupo são
fabricantes de eletrodomésticos.
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