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Setor quer endurecimento nas negociações
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
Entidades da indústria e
de produtores defendem que
o governo "endureça" nas
negociações com a UE.
Para o presidente da Abrafrigo (Associação Brasileira
de Frigoríficos), Péricles Salazar, a exigência feita pela
UE -de o Ministério de Agricultura selecionar 300 propriedades- é inaceitável.
André Müller Carioba
Arndt, presidente da ANPBC
(Associação Nacional dos
Produtores de Bovinos de
Corte), diz que a UE faz "jogo
de cena", quando o interesse
real é pressão econômica e
tentativa de garantia de mercado para a carne da Irlanda.
Arndt diz que as exigências
da UE podem se voltar contra a própria comunidade, já
que muitos pecuaristas estão
preferindo negociar no mercado interno. Ele próprio é
um exemplo: consegue R$ 2
a mais por arroba de boi gordo negociando para frigoríficos do mercado interno do
que quando vende para exportadores. Ele tem um confinamento para 6.000 animais no Paraná.
O crescimento no consumo de carne bovina no Brasil, que saltou de 36 quilos
por pessoa em 2004 para 42
quilos no ano passado, e o fato de que 75% da produção
brasileira de carne bovina é
comercializada internamente são apontados como trunfos para o Brasil fazer frente
à pressão da União Européia.
Dos 25% da produção nacional de carne bovina que são
exportados, o mercado europeu absorve 27%.
"O Brasil tem condições de
barganhar. O embargo europeu pode afetar preços em
um primeiro momento, mas
não é o fim do mundo e podemos comprar essa briga",
afirma Salazar, da Abrafrigo.
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