São Paulo, sábado, 31 de janeiro de 2009

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Camargo Corrêa assume controle da CPFL

Em negócio de R$ 2,56 bi, grupo fica com 45% do capital votante de uma das maiores empresas de energia do país

AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL

O grupo Camargo Corrêa anunciou ontem a compra de todas as ações do grupo Votorantim na VBC Energia, consórcio então formado por Votorantim, Bradesco e Camargo Corrêa que liderou a compra da ex-estatal paulista de distribuição de energia, a CPFL.
Com a operação, a empresa assume o controle da CPFL Energia, uma das maiores empresas do setor elétrico com investimentos em distribuição e geração e a posição de liderança na comercialização de energia no mercado livre. A CPFL responde por 13% da distribuição de energia no país e é concessionária em quase todo o interior de São Paulo e no Rio Grande do Sul.
A Camargo Corrêa terá agora 28,4% do capital total e 45% do capital votante da CPFL, superando a Previ -fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil-, até agora o maior acionista individual. O valor pago pelo negócio, que deverá ser efetivado até o dia 20 de fevereiro, foi de R$ 2,563 bilhões, além de um valor variável estimado em R$ 102,3 milhões.
Ao exercer o direito de compra dos 14,2% do capital total e dos 22,5% do capital votante dentro da VBC, a Camargo Corrêa tirou do negócio a estatal mineira Cemig, que confirmou ter apresentado uma proposta oficial pelo bloco de ações da Votorantim, e a Neoenergia, controlada pela Previ.
A Camargo Corrêa não se pronunciou sobre o negócio. O Grupo Votorantim, em nota, disse que a decisão de deixar o controle da CPFL foi tomado com objetivo de focar nos próprios projetos de autogeração de energia e ampliar investimentos em outras áreas.
Esse é o terceiro ativo vendido pelo Grupo Votorantim desde o fim de 2008, depois de perdas bilionárias com operações de derivativos. Em novembro, a VNN (Votorantim Novos Negócios), subsidiária do grupo, vendeu duas empresas de biotecnologia por US$ 290 milhões. No início do mês, o grupo fechou a venda de metade do Banco Votorantim para o Banco do Brasil, por R$ 4,2 bilhões.
Por outro lado, uma das empresas do braço industrial -a VCP (Votorantim Celulose e Papel)- concluiu também em janeiro a compra de 28% do capital da Aracruz por R$ 2,7 bilhões e passou a controlar a maior companhia de celulose à base de eucalipto do mundo.


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