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Camargo Corrêa assume controle da CPFL
Em negócio de R$ 2,56 bi, grupo fica com 45% do capital votante de uma das maiores empresas de energia do país
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
O grupo Camargo Corrêa
anunciou ontem a compra de
todas as ações do grupo Votorantim na VBC Energia, consórcio então formado por Votorantim, Bradesco e Camargo
Corrêa que liderou a compra da
ex-estatal paulista de distribuição de energia, a CPFL.
Com a operação, a empresa
assume o controle da CPFL
Energia, uma das maiores empresas do setor elétrico com investimentos em distribuição e
geração e a posição de liderança
na comercialização de energia
no mercado livre. A CPFL responde por 13% da distribuição
de energia no país e é concessionária em quase todo o interior de São Paulo e no Rio
Grande do Sul.
A Camargo Corrêa terá agora
28,4% do capital total e 45% do
capital votante da CPFL, superando a Previ -fundo de pensão dos funcionários do Banco
do Brasil-, até agora o maior
acionista individual. O valor
pago pelo negócio, que deverá
ser efetivado até o dia 20 de fevereiro, foi de R$ 2,563 bilhões,
além de um valor variável estimado em R$ 102,3 milhões.
Ao exercer o direito de compra dos 14,2% do capital total e
dos 22,5% do capital votante
dentro da VBC, a Camargo Corrêa tirou do negócio a estatal
mineira Cemig, que confirmou
ter apresentado uma proposta
oficial pelo bloco de ações da
Votorantim, e a Neoenergia,
controlada pela Previ.
A Camargo Corrêa não se
pronunciou sobre o negócio. O
Grupo Votorantim, em nota,
disse que a decisão de deixar o
controle da CPFL foi tomado
com objetivo de focar nos próprios projetos de autogeração
de energia e ampliar investimentos em outras áreas.
Esse é o terceiro ativo vendido pelo Grupo Votorantim desde o fim de 2008, depois de perdas bilionárias com operações
de derivativos. Em novembro, a
VNN (Votorantim Novos Negócios), subsidiária do grupo,
vendeu duas empresas de biotecnologia por US$ 290 milhões. No início do mês, o grupo
fechou a venda de metade do
Banco Votorantim para o Banco do Brasil, por R$ 4,2 bilhões.
Por outro lado, uma das empresas do braço industrial -a
VCP (Votorantim Celulose e
Papel)- concluiu também em
janeiro a compra de 28% do capital da Aracruz por R$ 2,7 bilhões e passou a controlar a
maior companhia de celulose à
base de eucalipto do mundo.
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