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Governo prepara ofensiva para tentar reduzir "spread"
Taxa pode ter ranking por banco; CEF e BB cortarão juro
SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo prepara uma nova
ofensiva para tentar estimular
a concorrência e forçar a queda
do "spread" dos bancos (valor
cobrado a mais para repassar o
dinheiro captado aos clientes)
no setor privado.
A Caixa Econômica Federal e
o Banco do Brasil deverão
anunciar nos próximos dias
uma nova rodada de corte dos
juros e nos "spreads" de algumas operações de crédito. Outra medida, ainda em debate e
que tem gerado polêmica na
equipe econômica, prevê a divulgação de um ranking dos
bancos por "spread", como já
ocorre hoje com as tarifas.
A Folha apurou, porém, que
não há consenso sobre a proposta, considerada "declaração
de guerra" ao sistema financeiro por parte do governo. A eficácia também é questionada.
Técnicos ouvidos pela Folha
alegam que um banco pode ser
produtivo, ter um "spread" pequeno, mas praticar uma taxa
mais alta que a concorrência.
Com isso, a divulgação da lista
não levaria a nada. O mais importante para o consumidor,
argumentam, é o custo final.
Outra corrente, porém, acredita que a ideia seria importante
para elevar a concorrência.
Por enquanto, está acertado
que a Caixa e BB irão promover
novas redução em linhas cuja
competição é maior e, por isso,
podem fazer com que os bancos privados sigam o mesmo
caminho. O foco são produtos
voltados para as empresas, como empréstimos para capital
de giro, mas a queda atingirá
também as pessoas físicas.
BB e Caixa fizeram, nos últimos dias, um levantamento detalhado dos "spreads" por produto para mostrar ao grupo encarregado de discutir o tema no
governo que as chances de sucesso das duas instituições em
liderar uma cruzada se resumem a algumas linhas, em que
a demanda é mais sensível à redução nas taxas.
É o caso do crédito direto ao
consumidor e do capital de giro. Como têm mais garantias, o
risco é menor e fica mais fácil
para os bancos cortarem os
"spreads".
O detalhamento feito pelos
bancos oficiais é uma resposta
ao presidente do BC, Henrique
Meirelles, tido como o pai da
tese dentro do governo de que
não adianta reduzir a taxa básica de juros porque os "spreads"
dos bancos são altos.
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