São Paulo, domingo, 31 de janeiro de 1999

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Cai rendimento do trabalho sobre o PIB

da Reportagem Local

O aumento do desemprego nos anos 90 produziu outros fenômenos perversos no mercado ocupacional. Entre eles se destaca a diminuição do rendimento do trabalho na renda do país.
Em 1980, a soma dos salários, pensões, pagamento de funcionários públicos e receita dos trabalhadores autônomos representavam 50% do PIB, segundo Marcio Pochmann. Em 1998, o rendimento do trabalho não passa de 36,3%.
Esses números traduzem uma concentração de renda em favor do capital, produzida pela disseminação de postos com baixa remuneração e pelo desemprego.
Exemplo disso é a queda nos rendimentos dos trabalhadores mais instruídos.
Na indústria, por exemplo, 72% dos trabalhadores com nível superior ganhavam mais de dez salários mínimos em 1992. Esse percentual caiu ao longo dos últimos anos até chegar a 59% em 1998, segundo dados do Ministério do Trabalho.
Dados do Seade mostram que, entre 1985 e 1998 na Grande São Paulo, a parcela de pessoas com segundo grau completo entre os desempregados saltou de 6,7% para 14,9%. Em outras palavras, maior instrução deixou de ser garantia de emprego. (JRT)


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