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FIM DE UMA FÁBRICA
Fusão ameaça 180 empregos em Ribeirão
"Capital do chope" perde seu símbolo
ANGELO SASTRE
da Folha Ribeirão
A venda da fábrica da Antarctica de Ribeirão Preto (319 km de
SP), uma das condições impostas pelo Cade para aprovar a fusão com a Brahma, ameaça o
emprego de 180 funcionários e
representa o fim de um ciclo econômico na cidade já conhecida
como a capital do chope.
A determinação também encerra o processo de reformulação da empresa na cidade, que
teve início em outubro de 1998
com a transferência da produção
de cerveja "faixa azul" para a
unidade de Jaguariúna (120 km
de SP). Em janeiro, a empresa
também transferiu a produção
de chope para Jaguariúna.
A unidade de Ribeirão era responsável por 75% do chope da
Antarctica comercializado no
Estado. Inaugurada em 1911, a
Antarctica foi uma das primeiras
grandes indústrias de Ribeirão e
virou atração e símbolo da cidade no começo do século. Até a
década de 70, foi a indústria que
mais empregou e que mais gerou
impostos para a cidade.
A determinação para a venda
da fábrica assustou os funcionários e já preocupa os amantes do
chope que costumam frequentar
o Pinguim, a tradicional choperia que foi fundada pela cervejaria Antarctica em 1945.
"Estamos de mãos atadas. Ainda não recebemos nenhuma informação a esse respeito", disse
Alcino Coelho, diretor do sindicato da categoria. "Essa mudança é um absurdo. Depois de 40
anos, fui obrigado a trocar de
cerveja porque a Antarctica não
é a mesma. Até o chope perdeu a
qualidade nos últimos anos",
disse o aposentado Márcio Antônio Paiva, 64.
Para o empresário José Paulo
Ferreira, proprietário do Pinguim, a venda da fábrica não vai
alterar a tradição da cidade.
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