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Decisão não impede o reajuste de preços
da Sucursal de Brasília
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) não
obrigou a AmBev a assumir compromissos em relação aos preços
das cervejas para aprovar a fusão
da Brahma com a Antarctica.
Como acontece na análise de todo ato de concentração, o conselho procurou defender a livre
concorrência no mercado para
garantir que a própria disputa entre as empresas permita a manutenção dos preços em um patamar que possa ser considerado de
equilíbrio.
Essa é a lógica adotada também
pelos demais órgãos de defesa da
concorrência no mundo.
Só o tempo mostrará se as restrições impostas pelo Cade para a
aprovação foram suficientes para
evitar que a empresa abuse da sua
condição de líder absoluta no
mercado de cerveja brasileiro
(72%) para aumentar os preços
de forma exagerada.
Ao determinar a venda da marca Bavaria e de cinco fábricas a
uma única empresa, o conselho
quis abrir espaço para a entrada
de um novo concorrente no mercado com condições de manter a
guerra de preços no setor e evitar
aumentos abusivos.
"Não seremos babá"
O conselheiro Marcelo Calliari
disse ontem que a obrigação de a
AmBev dividir com a "entrante"
sua rede de distribuição foi fundamental para garantir que a empresa tenha, de cara, condições de
competir. A boa distribuição do
produto é um fator fundamental
para as cervejarias ganharem
mercado.
As promessas de manutenção
de preços estáveis pela AmBev,
durante a tramitação do processo,
para tentar garantir a aprovação
da fusão, foram rechaçadas pelo
governo.
"Não queremos voltar a ser babá de empresa", afirmou o secretário de Direito Econômico, Paulo de Tarso, há algumas semanas.
Ele fazia referência ao período em
que o governo fiscalizava os preços, controlando os reajustes.
Calliari frisou que todo o esforço do governo em garantir a chamada livre concorrência parte do
entendimento de que os preços
na economia estão livres.
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