São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 2000


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Decisão não impede o reajuste de preços

da Sucursal de Brasília

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) não obrigou a AmBev a assumir compromissos em relação aos preços das cervejas para aprovar a fusão da Brahma com a Antarctica.
Como acontece na análise de todo ato de concentração, o conselho procurou defender a livre concorrência no mercado para garantir que a própria disputa entre as empresas permita a manutenção dos preços em um patamar que possa ser considerado de equilíbrio.
Essa é a lógica adotada também pelos demais órgãos de defesa da concorrência no mundo.
Só o tempo mostrará se as restrições impostas pelo Cade para a aprovação foram suficientes para evitar que a empresa abuse da sua condição de líder absoluta no mercado de cerveja brasileiro (72%) para aumentar os preços de forma exagerada.
Ao determinar a venda da marca Bavaria e de cinco fábricas a uma única empresa, o conselho quis abrir espaço para a entrada de um novo concorrente no mercado com condições de manter a guerra de preços no setor e evitar aumentos abusivos.

"Não seremos babá"
O conselheiro Marcelo Calliari disse ontem que a obrigação de a AmBev dividir com a "entrante" sua rede de distribuição foi fundamental para garantir que a empresa tenha, de cara, condições de competir. A boa distribuição do produto é um fator fundamental para as cervejarias ganharem mercado.
As promessas de manutenção de preços estáveis pela AmBev, durante a tramitação do processo, para tentar garantir a aprovação da fusão, foram rechaçadas pelo governo.
"Não queremos voltar a ser babá de empresa", afirmou o secretário de Direito Econômico, Paulo de Tarso, há algumas semanas. Ele fazia referência ao período em que o governo fiscalizava os preços, controlando os reajustes.
Calliari frisou que todo o esforço do governo em garantir a chamada livre concorrência parte do entendimento de que os preços na economia estão livres.



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