|
Próximo Texto | Índice
Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
BC se equivoca no cálculo da massa de rendimentos, diz LCA
Já é praticamente um consenso entre os analistas econômicos hoje que o Banco Central
vai aumentar os juros. Todas as
indicações dadas pelo próprio
BC são de que, na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) de abril ou no
máximo na de junho, a taxa básica de juros sofrerá uma elevação para conter o aquecimento
da economia e evitar um risco
de aumento da inflação.
A LCA Consultores Associados detectou, no entanto, que
pelo menos uma das premissas
em que se baseia o Banco Central para aumentar os juros pode estar equivocada. Trata-se
do resultado do cálculo da massa real de rendimentos. Isto é, o
número total de ocupados multiplicado pelo rendimento médio real.
O Banco Central ignora o cálculo oficial do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) e usa como base a sua
própria conta. O índice de crescimento da massa real de rendimentos do BC é bem superior
ao do IBGE.
"Fica parecendo que o cálculo é feito de forma equivocada
de propósito para ser usado como argumento para subir os juros", diz Bráulio Borges, economista da LCA.
De acordo com a LCA, a pesquisa mensal de emprego realizada pelo IBGE mostra que o
número de pessoas ocupadas
no primeiro bimestre de 2008
foi 3,6% maior do que no mesmo período de 2007. Ainda segundo os dados do instituto, o
rendimento médio habitualmente recebido pelos trabalhadores, descontada a inflação
(INPC), aumentou 2,9% na
mesma base de comparação.
Utilizando esses números de
ocupação e rendimento, o BC
calcula que a massa real de rendimentos avançou 6,6% (isto é,
3,6% multiplicado por 2,9%) no
primeiro bimestre deste ano na
comparação com o mesmo período do ano passado. Desse
modo, o indicador estaria em
forte aceleração, uma vez que a
sua alta havia sido de 5,2% no
período de outubro a dezembro
de 2007 (resultado de uma alta
de 3,2% da ocupação e de 2% do
rendimento médio real) e de
4,7% no período de julho a setembro do ano passado (alta de
2,8% da ocupação e de 1,8% do
rendimento).
Na medida em que isso apontaria também para uma aceleração do consumo das famílias,
num contexto de demanda já
aquecida, esse argumento tem
sido utilizado para justificar
uma eventual alta da Selic.
Para a LCA, no entanto, esses
números da massa real de rendimentos, calculados dessa maneira (ocupação multiplicada
pelo rendimento), não estão
corretos. Isso porque, como
destacado pelo instituto, os dados de rendimento apurados
pela pesquisa mensal de emprego excluem trabalhadores
não remunerados e também
aqueles trabalhadores que recebem somente em benefícios.
Além disso, a medição dos
dados do número de pessoas
ocupadas consideram todos os
trabalhadores (inclusive aqueles que recebem remunerações
não monetárias). Essa é a razão
pela qual o IBGE também divulga o dado de massa real de
rendimentos, e já exclui do cálculo os trabalhadores que não
recebem remunerações não
monetárias.
Segundo a LCA, o indicador
oficial mostra um crescimento
robusto da massa real de rendimentos, mas bastante menor
do que o cálculo não oficial e
sem mostrar tendência de aceleração: a sua alta foi de 5% de
julho a setembro, passou a
4,6% entre outubro e dezembro e alcançou 5,1% no primeiro bimestre de 2008.
É claro, no entanto, que o
Banco Central não se baseia
apenas no dado da massa real
de rendimentos para tomar a
decisão a respeito dos juros.
Outros dados também são importantes, como o nível de utilização da capacidade da indústria, que também se encontra
estabilizada. O Banco Central
pode estar se precipitando se
subir os juros na próxima reunião do Copom.
ROSÉ
A casa de vinhos Le Vin, que abriu a primeira unidade no
Rio de Janeiro há quatros meses, diz que o restaurante já é
vice-líder em faturamento e em público entre as cinco casas
da rede. "No Rio, os vinhos mais pedidos são os italianos e,
em São Paulo, os franceses. E, por causa do clima, proporcionalmente vendemos mais espumantes no Rio que em São Paulo", diz Francisco Barroso, proprietário da empresa. A
Le Vin procura um endereço no centro da capital fluminense para abrir uma pâtisserie até o fim do ano. A casa da região central deverá servir almoço e happy hour.
CAPIXABA
O Grupo Educacional
Cruzeiro do Sul deve
anunciar, ainda neste semestre, a aquisição de
uma instituição de ensino
no Estado do Espírito
Santo. Figueiredo afirma
que a meta da empresa é
comprar uma instituição
que já tenha reconhecimento do mercado e dos
alunos. O grupo comprou
recentemente o Centro
Universitário do Distrito
Federal, que tem 7.000
alunos e faturou aproximadamente R$ 52 milhões no ano passado.
DISTRIBUIÇÃO
A Teeleap, distribuidora e
operadora logística de TI e
telecomunicações, inaugura
seu segundo centro de distribuição em Brasília em
abril. O objetivo é atender os
mercados do Centro-Oeste,
Norte e Nordeste. A Teeleap
diz esperar fechar o ano com
faturamento de cerca de R$
380 milhões contra R$ 230
milhões em 2007.
CASA
Uma pesquisa da Anamaco (Associação Nacional dos
Comerciantes de Material
de Construção) mostra que
os gastos em habitação significam 13% do orçamento
familiar em todas as classes.
Os dados da pesquisa serão
apresentados na Feicon Batimat e Expolux, em São
Paulo, de 8 a 12 de abril.
MANTA
A empresa francesa Axter,
que inaugurou escritório em
São Paulo e é conhecida pela
produção de mantas asfálticas, certificou a empresa
brasileira Imbras como aplicadora de seus produtos.
Entre os clientes está a loja
Cotia do Atacadão (Grupo
Carrefour). Construtoras
atuantes na área imobiliária
e industrial, como a Gafisa,
também já se tornaram
clientes da Axter no Brasil.
ENSINO
A Editora FTD investiu
R$ 6 milhões, inicialmente,
na implantação de seu sistema de ensino. Segundo a
editora, atualmente, 28%
das 36,8 mil escolas de ensino particular que compram
livros (dados Fenep) adotam
sistemas de ensino.
HORIZONTE
A Visão Sustentável, consultoria em responsabilidade corporativa e sustentabilidade, expande a atuação
para Ásia e América do Sul.
A empresa atenderá China,
Argentina e Chile.
com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
Próximo Texto: Número de importadoras cresce mais rápido em 2008 Índice
|