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Com incentivo, venda de carros deve igualar 2008
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com a prorrogação por mais
três meses do IPI reduzido para
carros, a perspectiva do setor
automotivo é que as vendas de
automóveis e comerciais leves
fechem o primeiro semestre no
mesmo patamar alcançado em
igual período do ano passado.
Para o presidente da Anfavea
(Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Jackson Schneider, a redução do IPI ainda tem eficácia
para impulsionar o mercado
nos próximos três meses da
mesma forma como impulsionou no primeiro trimestre.
"A prorrogação do IPI traz
uma expectativa positiva, já
que conseguimos, diante da crise, obter bons resultados de
vendas até agora", afirma
Schneider.
De acordo com fontes do setor automotivo, entre janeiro e
março a estimativa é que as
vendas aumentem 2% na comparação com o mesmo período
de 2008. Até sexta, foram vendidos cerca de 240 mil veículos,
entre automóveis, comerciais,
caminhões e ônibus, segundo
dados obtidos pela Folha.
A Anfavea deve divulgar as
projeções de vendas para o ano
na próxima segunda-feira.
Na avaliação do diretor de
Assuntos Corporativos da
Ford, Rogelio Golfarb, ainda é
cedo para assumir que o mercado de veículos encerre este
ano com o mesmo volume de
vendas do ano passado.
"Nos últimos cinco anos, observamos um ritmo crescente
de vendas, que alcançam seu
pico em dezembro. Não temos
ainda elementos para afirmar
que essa tendência vai se manter. A crise atual tem um elemento de imprevisibilidade
muito forte", diz Golfarb.
Com a garantia de manutenção de empregos por parte das
montadoras, o acordo de extensão do IPI reduzido deve
salvar, por ora, além dos postos
efetivos, cerca de 900 trabalhadores temporários cujos contratos começam a vencer, em
sua maioria, a partir de junho,
segundo as confederações nacionais de metalúrgicos da
CUT e da Força Sindical. O
acordo prevê que eles não sejam dispensados antes do fim
do contrato.
Motos
No setor de motocicletas, a
redução de 3% para 0% da Cofins sobre as vendas, anunciada
pelo governo, deve estimular a
cadeia produtiva, avalia a Abraciclo (associação do fabricantes). De acordo com sindicalistas, com a medida, cerca de
4.000 empregos que estavam
ameaçados serão preservados.
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