São Paulo, terça-feira, 31 de março de 2009

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Preço do cimento em SP vai recuar 8% com desoneração do IPI, prevê varejo

AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL

O cimento, item que representa entre 3,5% a 4,5% do custo final da construção, terá o preço 8% menor após a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). A informação é de Cláudio Conz, presidente da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção).
Em São Paulo, maior mercado do país, o saco de cimento de 50 quilos deve ter o preço reduzido dos atuais R$ 16, em média, para R$ 14,70. O valor considera o preço cobrado nas lojas na Grande São Paulo. O custo do produto, entretanto, pode variar em outras praças dado o impacto final do frete.
Segundo Conz, a desoneração do imposto sobre o cimento deve representar mais da metade da renúncia fiscal anunciada pelo governo ao setor. "Só o cimento representa R$ 600 milhões do corte tributário. É uma medida que de fato permite que o setor inverta a tendência de queda", avalia.
A medida também foi aplaudida pela indústria. Segundo Melvyn Fox, presidente da Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), o governo cometeu apenas uma falha ao fixar a desoneração por três meses. "Material de construção não é igual a um carro, que se compra e acabou. O ciclo de uma obra é superior a três meses. Alertamos o governo para o problema e esperamos mudanças", diz.
Mesmo assim, a medida, segundo a indústria, vai dar "novo dinamismo" ao setor. Somada às medidas anunciadas na semana passada, quando o governo apresentou programa para a construção de 1 milhão de casas, a desoneração do IPI pode interromper a queda das vendas neste ano.
A indústria registrou redução de 18,5% nas vendas entre janeiro e fevereiro deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. "No mês de março, a queda não foi tão forte, mas acredito que em abril podemos voltar a crescer", diz.
A Rossi, uma das maiores construtoras para o segmento popular, refaz agora os custos das unidades habitacionais. De acordo com Cássio Audi, diretor financeiro e de relações com investidores, a construtora vai acelerar os lançamentos para o segmento econômico. "A medida, junto com as anteriores, é extremamente positiva e vai permitir o barateamento das construções", afirma.


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