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Bancos e setor automotivo afetam Bolsas pelo mundo
Bovespa perde 2,99%, e NY,
3,27%; dólar supera R$ 2,33
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
As Bolsas de Valores iniciaram a semana em terreno negativo nos principais centros financeiros mundiais. Para a Bovespa, não foi diferente: terminou os negócios de ontem com
desvalorização de 2,99%.
Uma série de notícias e indicadores decepcionantes fez os
mercados operarem no vermelho durante todo o dia. Um dos
destaques ficou com o setor automotivo, que sofreu elevadas
perdas após o governo norte-americano rejeitar o plano de
reestruturação apresentado
por General Motors e Chrysler.
Em Wall Street, o índice Dow
Jones recuou 3,27%. As ações
da GM perderam 25,4%.
O setor bancário também
voltou a ser alvo de pessimismo. Declarações do secretário
do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, desagradaram aos investidores.
Geithner afirmou que há bancos que ainda necessitam de
elevados montantes de assistência. Na Bolsa de Valores de
Nova York, as ações do Bank of
America caíram 17,8%; Citigroup perdeu 11,8%; e JPMorgan Chase, 9,3%.
Na Europa, os bancos também registraram perdas expressivas. No fim de semana, o
governo espanhol teve de intervir no banco CCM, devido a riscos de insolvência que a instituição apresentava. A Bolsa de
Madri caiu 4,12%, com destaque para as perdas dos grandes
bancos -BBVA recuou 7,7%, e
Santander, 7,5%. A Bolsa de
Frankfurt caiu 5,10%, e a de
Londres teve baixa de 3,49%.
"O mercado brasileiro não
escapou do mau desempenho
registrado no exterior. Mas, em
comparação às perdas dos mercados lá fora, não ficamos entre
os mais punidos. O pregão de
hoje [ontem] mostra que os
mercados continuam bastante
frágeis", afirma George Sanders, gestor de renda variável
da Infinity Asset.
O dia também foi bem pessimista na Ásia, onde o Japão
anunciou que sua produção industrial sofreu retração de
9,4% em fevereiro -foi o quinto recuo seguido. O índice Nikkei, de Tóquio, caiu 4,53%.
Além da queda nas Bolsas, o
fraco desempenho das commodities não deu chances de a Bovespa ter um resultado diferente do registrado ontem.
O barril de petróleo encerrou
com depreciação de 7,6% em
Nova York, a US$ 48,41. As dificuldades que as montadoras
atravessam elevaram o pessimismo em relação ao consumo
de combustíveis pelo mundo.
Nesse cenário, as ações da
Petrobras e da Vale, que concentraram 40% do movimentado na Bovespa, registraram
perdas. As ações da Vale caíram
5,64% (ON) e 4,06% (PNA). Para Petrobras, as baixas ficaram
em 3,42% (PN) e 2,77% (ON).
Entre as perdas mais elevadas do dia, ficou a ação ON da
Souza Cruz. Sob o impacto do
aumento de imposto para os cigarros, as ações da empresa terminaram com queda de 6,27%.
No mercado de câmbio, o dólar se afastou de suas mínimas
recentes. Após apreciação de
1,70%, a moeda terminou os
negócios vendida a R$ 2,332.
Itaú Unibanco
A partir do pregão de hoje, as
ações de Itaú e Unibanco vão
ser unificadas, tanto na Bolsa
brasileira quanto na de Nova
York. A mudança ocorre como
decorrência da fusão das duas
instituições financeiras.
A unificação das ações será
realizada de forma automática.
"Os detentores de papéis dos
dois bancos passarão a ter
ações da nova instituição, respeitados os critérios de migração estabelecidos nas assembleias gerais dos dois bancos,
realizadas em novembro do
ano passado", diz Alfredo Setubal, diretor de relações com investidores do Itaú Unibanco.
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