São Paulo, terça-feira, 31 de março de 2009

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Bancos e setor automotivo afetam Bolsas pelo mundo

Bovespa perde 2,99%, e NY, 3,27%; dólar supera R$ 2,33

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

As Bolsas de Valores iniciaram a semana em terreno negativo nos principais centros financeiros mundiais. Para a Bovespa, não foi diferente: terminou os negócios de ontem com desvalorização de 2,99%.
Uma série de notícias e indicadores decepcionantes fez os mercados operarem no vermelho durante todo o dia. Um dos destaques ficou com o setor automotivo, que sofreu elevadas perdas após o governo norte-americano rejeitar o plano de reestruturação apresentado por General Motors e Chrysler.
Em Wall Street, o índice Dow Jones recuou 3,27%. As ações da GM perderam 25,4%.
O setor bancário também voltou a ser alvo de pessimismo. Declarações do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, desagradaram aos investidores. Geithner afirmou que há bancos que ainda necessitam de elevados montantes de assistência. Na Bolsa de Valores de Nova York, as ações do Bank of America caíram 17,8%; Citigroup perdeu 11,8%; e JPMorgan Chase, 9,3%.
Na Europa, os bancos também registraram perdas expressivas. No fim de semana, o governo espanhol teve de intervir no banco CCM, devido a riscos de insolvência que a instituição apresentava. A Bolsa de Madri caiu 4,12%, com destaque para as perdas dos grandes bancos -BBVA recuou 7,7%, e Santander, 7,5%. A Bolsa de Frankfurt caiu 5,10%, e a de Londres teve baixa de 3,49%.
"O mercado brasileiro não escapou do mau desempenho registrado no exterior. Mas, em comparação às perdas dos mercados lá fora, não ficamos entre os mais punidos. O pregão de hoje [ontem] mostra que os mercados continuam bastante frágeis", afirma George Sanders, gestor de renda variável da Infinity Asset.
O dia também foi bem pessimista na Ásia, onde o Japão anunciou que sua produção industrial sofreu retração de 9,4% em fevereiro -foi o quinto recuo seguido. O índice Nikkei, de Tóquio, caiu 4,53%.
Além da queda nas Bolsas, o fraco desempenho das commodities não deu chances de a Bovespa ter um resultado diferente do registrado ontem.
O barril de petróleo encerrou com depreciação de 7,6% em Nova York, a US$ 48,41. As dificuldades que as montadoras atravessam elevaram o pessimismo em relação ao consumo de combustíveis pelo mundo.
Nesse cenário, as ações da Petrobras e da Vale, que concentraram 40% do movimentado na Bovespa, registraram perdas. As ações da Vale caíram 5,64% (ON) e 4,06% (PNA). Para Petrobras, as baixas ficaram em 3,42% (PN) e 2,77% (ON).
Entre as perdas mais elevadas do dia, ficou a ação ON da Souza Cruz. Sob o impacto do aumento de imposto para os cigarros, as ações da empresa terminaram com queda de 6,27%.
No mercado de câmbio, o dólar se afastou de suas mínimas recentes. Após apreciação de 1,70%, a moeda terminou os negócios vendida a R$ 2,332.

Itaú Unibanco
A partir do pregão de hoje, as ações de Itaú e Unibanco vão ser unificadas, tanto na Bolsa brasileira quanto na de Nova York. A mudança ocorre como decorrência da fusão das duas instituições financeiras.
A unificação das ações será realizada de forma automática. "Os detentores de papéis dos dois bancos passarão a ter ações da nova instituição, respeitados os critérios de migração estabelecidos nas assembleias gerais dos dois bancos, realizadas em novembro do ano passado", diz Alfredo Setubal, diretor de relações com investidores do Itaú Unibanco.


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