São Paulo, sábado, 31 de maio de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Grau de investimento não trará recursos a curto prazo, diz banco

O grau de investimento concedido ao Brasil pela Fitch não deve trazer ao país uma soma muito grande de recursos a curto prazo, de acordo com relatório do banco Credit Suisse.
Essa análise, compartilhada por outros analistas, defende que o selo de bom pagador, apesar de abrir as portas para fundos de investimentos que só aplicam em países certificados, não tem reflexo imediato porque os investidores ainda devem estudar o mercado brasileiro antes de tomar a decisão.
O banco suíço, entretanto, mesmo com o ceticismo a curto prazo, diz que a elevação da classificação do Brasil vai acelerar o ritmo de melhora do perfil da dívida pública, principalmente por meio da extensão do prazo médio da dívida.
Segundo o banco, o grau de investimento de duas das três principais agências de risco tem um benefício adicional sobre a base de investidores porque alguns têm restrições para investir em países que receberam o selo de uma só agência.
O Credit Suisse também vê o grau de investimento como fator que vai ajudar as empresas brasileiras. A classificação de muitas companhias, com algumas exceções, está limitada pela nota do país que a sedia.
Sobre o reflexo do grau de investimento no mercado doméstico, Pedro Martins, chefe da área de pesquisa da Merrill Lynch no Brasil, em relatório publicado pela instituição, avalia que o impacto do grau de investimento, assim como o aumento dos juros, traz mensagens contraditórias ao mercado consumidor interno.
Martins diz que o impacto é negativo para os varejistas, por causa do crescimento menor da renda, e positivo para as construtoras voltadas para a baixa renda, em razão dos financiamentos imobiliários com mais prazo. Já para os bancos, o analista vê a situação como neutra, porque o "spread" alto e o crescimento dos empréstimos trazem riscos e medo de que o governo limite o crédito.
Comparado a outros emergentes, o Credit Suisse diz que a elevação pela segunda grande agência de risco veio rápido. Na Rússia, a segunda nota de grau de investimento só foi recebida depois de um ano. No México, o intervalo foi de dois anos.
Em relação à posição da Moody's sobre o Brasil, o banco espera que, até o fim do ano, a agência mude a perspectiva de neutra para positiva. O grau de investimento, porém, só deve ser concedido em 2009.

UNIDOS VENCEREMOS
A Ideasnet, que vai receber aporte de R$ 100 milhões da EBX, antecipou-se à criação da Virtus -resultado de uma fusão de oito empresas de tecnologia, mídia e telecomunicações. Antes de a Virtus ser criada, a Ideiasnet aumentou seu percentual de participação de 19% para 34,6% na Automatos, empresa de software que lidera a fusão. A idéia, segundo Rodin Spielmann, diretor da Ideasnet, é reduzir as dificuldades das empresas de tecnologia de pequeno e médio porte para crescer no mercado. "Hoje uma empresa pequena tem dificuldade para conseguir cliente grande." Com faturamentos individuais de cerca de R$ 10 milhões, juntas, a expectativa é que alcancem R$ 100 milhões no fim de 2008.

CABELEIRA DO ZEZÉ
Entre os dez compositores que mais lucraram no Carnaval deste ano, seis são autores de marchinhas. O ranking é feito pelo Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), que arrecada direitos autorais. João Roberto Kelly, que compôs "Cabeleira do Zezé" e "Maria Sapatão", lidera a lista. Cerca de R$ 10 milhões foram distribuídos aos autores por canções tocadas no Carnaval.

MOVIMENTO
Fabio Moser, vice-presidente de governança e negócios corporativos da Brasil Telecom, assume, a partir de segunda-feira, a diretoria de investimento da Previ.

AMBIENTAL
A AmBev vai anunciar, nos próximos dias, durante a Semana Mundial do Meio Ambiente, investimentos da ordem de R$ 11,5 milhões em ações de preservação ambiental.

COMUNICAÇÃO
A Escola de Comunicações e Artes da USP organiza neste ano a oitava edição Prêmio USP de Comunicação Corporativa, cujo objetivo é destacar profissionais e trabalhos de comunicação feitos por empresas brasileiras. O prêmio é dividido em três categorias, para profissionais, campanhas e produção científica. Os vencedores serão revelados na cerimônia de encerramento, no dia 11 de novembro, no Sesc Pinheiros, em São Paulo.


com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI


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