|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Petrobras encomendará 12 sondas no exterior
Indústria nacional não tem capacidade de produção
PEDRO SOARES
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A diretoria da Petrobras
aprovou ontem o aluguel no exterior dos 12 primeiros navios-sondas destinados ao programa
de contratação de 40 equipamentos de perfuração em águas
profundas até 2017, para atender as descobertas do pré-sal.
As 12 unidades serão construídas fora do país por falta de
capacidade técnica dos estaleiros brasileiros. Dez sondas serão montadas por empreiteiras
brasileiras em estaleiros no exterior. Para as outras duas, a estatal fará a encomenda a empresas estrangeiras.
Lançado na segunda com a
presença do presidente Lula, o
plano de encomendar as 40
sondas deve consumir investimentos de até US$ 40 bilhões
-o custo de cada equipamento
pode chegar a até US$ 1 bilhão.
A estatal lançará licitação para contratar as empresas que
receberão as encomendas. Inicialmente, a idéia era encomendar todas no país, mas a
Petrobras constatou que a indústria naval brasileira não dispunha de capacidade para
construir os equipamentos, por
isso a contratação de brasileiras para montarem as unidades
em estaleiros no exterior.
"As próximas [sondas] deverão ser construídas no Brasil, o
que demandará grandes investimentos em infra-estrutura
para permitir que a indústria
nacional tenha capacidade
competitiva em preço e qualidade", diz a Petrobras, em nota.
Em carta à ministra-chefe da
Casa Civil, Dilma Rousseff, o
presidente do Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria da
Construção e Reparação Naval
e Offshore), Ariovaldo Rocha,
disse que os estaleiros não têm
condições de atender à encomenda dos 12 primeiros navios-sondas, cuja entrega está
prevista para 2012.
De acordo com o sindicato, os
estaleiros nacionais nunca fabricaram navios-sondas antes e
precisam de pelo menos quatro
anos para a gerar capacidade e
dominar procedimentos e tecnologia de construção.
Nesta semana, o presidente
da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse que a empresa encomendaria "o máximo possível e o mais rápido possível" de
sondas à indústria nacional,
consultada sobre sua capacidade de produção no curto prazo.
"Vamos dar a máxima prioridade para a indústria do Brasil."
Sinaval afirmou que existe no
cenário mundial uma ocupação
completa dos estaleiros internacionais com elevados prazos
para início de novas obras. Na
segunda, Gabrielli afirmou que
o mercado de sondas está superaquecido e falta equipamentos
no mercado. O aluguel chega a
US$ 600 mil a diária.
O Sinaval diz, em nota, que
há oportunidade para empresários, técnicos e operários do
setor que pode ser aproveitada
com aumento do investimento.
"Existem empreendedores locais e internacionais interessados em expandir instalações industriais já existentes e implantar novos pólos no país."
O presidente do Conselho de
Administração do grupo Odebrecht, Emílio Odebrecht, disse nesta semana que a companhia pretende investir nas construções de mais um estaleiro. O objetivo é aproveitar a
demanda por sondas gerada
pelas descobertas no pré-sal.
Braskem
A Petrobras formalizou ontem o aumento de participação
no capital da Braskem, de 8,1%
para 30% no capital votante e
de 7,1% para 23,1% no total.
Foram integradas na Braskem as participações da Petrobras na Copesul (37,3%), Ipiranga Petroquímica (40%), Ipiranga Química (40%) e da Petroquímica Paulínia (40%).
Texto Anterior: Visão: Alta de combustível vai mudar setor automobilístico, afirma Ghosn Próximo Texto: EUA investigam se há fraude em negociações de petróleo Índice
|