São Paulo, sábado, 31 de maio de 2008

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Petrobras encomendará 12 sondas no exterior

Indústria nacional não tem capacidade de produção

PEDRO SOARES
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

A diretoria da Petrobras aprovou ontem o aluguel no exterior dos 12 primeiros navios-sondas destinados ao programa de contratação de 40 equipamentos de perfuração em águas profundas até 2017, para atender as descobertas do pré-sal.
As 12 unidades serão construídas fora do país por falta de capacidade técnica dos estaleiros brasileiros. Dez sondas serão montadas por empreiteiras brasileiras em estaleiros no exterior. Para as outras duas, a estatal fará a encomenda a empresas estrangeiras.
Lançado na segunda com a presença do presidente Lula, o plano de encomendar as 40 sondas deve consumir investimentos de até US$ 40 bilhões -o custo de cada equipamento pode chegar a até US$ 1 bilhão.
A estatal lançará licitação para contratar as empresas que receberão as encomendas. Inicialmente, a idéia era encomendar todas no país, mas a Petrobras constatou que a indústria naval brasileira não dispunha de capacidade para construir os equipamentos, por isso a contratação de brasileiras para montarem as unidades em estaleiros no exterior.
"As próximas [sondas] deverão ser construídas no Brasil, o que demandará grandes investimentos em infra-estrutura para permitir que a indústria nacional tenha capacidade competitiva em preço e qualidade", diz a Petrobras, em nota.
Em carta à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o presidente do Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore), Ariovaldo Rocha, disse que os estaleiros não têm condições de atender à encomenda dos 12 primeiros navios-sondas, cuja entrega está prevista para 2012.
De acordo com o sindicato, os estaleiros nacionais nunca fabricaram navios-sondas antes e precisam de pelo menos quatro anos para a gerar capacidade e dominar procedimentos e tecnologia de construção.
Nesta semana, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse que a empresa encomendaria "o máximo possível e o mais rápido possível" de sondas à indústria nacional, consultada sobre sua capacidade de produção no curto prazo. "Vamos dar a máxima prioridade para a indústria do Brasil."
Sinaval afirmou que existe no cenário mundial uma ocupação completa dos estaleiros internacionais com elevados prazos para início de novas obras. Na segunda, Gabrielli afirmou que o mercado de sondas está superaquecido e falta equipamentos no mercado. O aluguel chega a US$ 600 mil a diária.
O Sinaval diz, em nota, que há oportunidade para empresários, técnicos e operários do setor que pode ser aproveitada com aumento do investimento. "Existem empreendedores locais e internacionais interessados em expandir instalações industriais já existentes e implantar novos pólos no país."
O presidente do Conselho de Administração do grupo Odebrecht, Emílio Odebrecht, disse nesta semana que a companhia pretende investir nas construções de mais um estaleiro. O objetivo é aproveitar a demanda por sondas gerada pelas descobertas no pré-sal.

Braskem
A Petrobras formalizou ontem o aumento de participação no capital da Braskem, de 8,1% para 30% no capital votante e de 7,1% para 23,1% no total.
Foram integradas na Braskem as participações da Petrobras na Copesul (37,3%), Ipiranga Petroquímica (40%), Ipiranga Química (40%) e da Petroquímica Paulínia (40%).


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