São Paulo, domingo, 31 de maio de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Pesquisa mostra empresários mais otimistas

Apesar de admitirem que sentiram os impactos negativos da crise, os empresários ligados ao instituto Endeavor esperam um crescimento neste ano maior que o projetado pelo grupo em novembro do ano passado. Na ocasião, a expectativa era crescer 31% em 2009. Agora, eles projetam uma expansão de 38% neste ano.
Rodrigo Teles, diretor-geral da Endeavor, admite que há um certo "otimismo exagerado" nesses empresários, mas afirma que as boas perspectivas se justificam pelo caráter empreendedor do grupo de empresas ligado ao instituto.
"O empreendedor olha para o copo cheio. Enquanto todos enxergam apenas a crise, eles veem oportunidades", afirma.
A pesquisa foi realizada com 65 empresários de 11 países emergentes, como Brasil, Índia e África do Sul, entre abril e maio deste ano.
Apesar do otimismo, a maioria dos empresários admitiu que sentiu os impactos negativos provocados pela crise e que está tomando medidas para enfrentar a situação.
O principal efeito, citado por 59% deles, foi a redução do volume de vendas, seguida da dificuldade de contratação de linhas de crédito (37%).
A reação de 30% dos empresários do grupo da Endeavor à crise foi buscar alternativas de financiamento e reduzir as operações. Outros 20% e 15%, respectivamente, congelaram as contratações e suspenderam novos projetos de investimento, segundo a pesquisa.
Mas, em meio à crise, 45% dos empresários disseram sentir também impactos positivos. A oportunidade de contratar profissionais qualificados foi o maior deles.
"A maioria dessas empresas é de médio porte. Eles sempre tiveram dificuldade de contratar bons profissionais, que preferiam as grandes companhias. Agora, esses profissionais veem nas médias empresas oportunidade de crescer na carreira em meio à crise e até de virarem sócios", afirma Teles.
A Endeavor é uma organização internacional sem fins lucrativos que apoia empresas de países emergentes consideradas empreendedoras e inovadoras por meio da transmissão de conhecimentos que levem ao seu desenvolvimento no país. No Brasil, 45 empresas são apoiadas pela Endeavor.

Empresa abre resort em Búzios para atrair turista do eixo Rio-SP

O grupo jamaicano SuperClubs, dono dos resorts Breezes Costa do Sauipe (BA) e Starfish Ilha de Santa Luzia (SE), inaugura em outubro o Breezes Búzios, seu primeiro resort na região Sudeste, em Búzios (RJ).
Com o empreendimento, a empresa quer conquistar o turista nacional e estrangeiro que viaja para o eixo Rio-SP, a lazer ou a negócios.
Xavier Veciana, diretor-geral do grupo SuperClubs no Brasil, acredita que o impacto da crise nos voos internacionais que desembarcam na região Nordeste foi maior que na Sudeste.
Segundo ele, o número de turistas europeus, o maior público dos resorts nordestinos do SuperClubs, caiu cerca de 30% nos quatro primeiros meses do ano em relação ao mesmo período de 2008.
Mesmo assim, a empresa conseguiu ampliar em 15% o faturamento no período.
"Tivemos que diversificar nosso mercado para manter o faturamento. Criamos uma nova estratégia para atrair o turista nacional e da América do Sul e desenvolvemos mais opções para o mercado corporativo", afirma Veciana.

ESTETOSCÓPIO

O Hospital Albert Einstein marcou para o próximo dia 23 a inauguração do novo prédio, um investimento de R$ 400 milhões com 200 consultórios, 40 leitos de "day clinic" (sistema de internação em período curto) e nova área de medicina diagnóstica com 20 salas de cirurgias. O novo prédio compreende 85 mil m2, o que vai dobrar a capacidade instalada do hospital. Segundo Cláudio Lottenberg, presidente do Einstein, o investimento faz parte de um novo conceito de atendimento do hospital, que ele chama de "desospitalização". Ou seja, manter o paciente internado o menor tempo possível. Nos EUA, 60% dos pacientes ficam menos de cinco horas, enquanto no Brasil o tempo médio é de cinco dias. "Há uma mudança no mundo na prática assistencial de saúde." O novo prédio é parte de investimento de R$ 1,3 bilhão em quatro anos.

DÍVIDA
De abril até 27 de maio, o Banco do Brasil negociou um volume de R$ 30 milhões de débitos de crédito rural. O montante estimado da carteira é de R$ 7 bilhões, que reúne cerca de 50 mil inscrições de devedores. As dívidas poderão ser liquidadas até o final do ano.

TOALHA
As vendas do segmento de cama, mesa e banho cresceram 2,5% em maio, em comparação a abril, na região da 25 de Março, segundo o Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos de São Paulo. Em relação a maio de 2008, houve queda de 3%.

ALUGUEL
A participação do seguro-fiança nos contratos de locação residencial e comercial fechados na cidade de São Paulo subiu 200% nos últimos cinco anos, segundo estudo da empresa de administração imobiliária Lello.

ALUGUEL 2
A modalidade de garantia, que dispensa a figura do fiador, representou 27% do total de locações realizadas na capital em 2008, segundo a Lello. Em 2004, a participação era de 9%. Em 2005, o seguro-fiança foi usado em 13% dos contratos de aluguel. Em 2006, passou para 17% e, em 2007, para 25%.


com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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