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Petrobras deve ser "parceira preferencial"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CPI da Petrobras deu
mais força ao grupo dentro
do governo que defende regras para beneficiar a empresa no novo marco regulatório
do setor de petróleo.
Para reforçar o discurso de
que o governo defende a empresa, enquanto a oposição
quer prejudicá-la, as novas
normas devem autorizar que
a futura estatal do setor escolha a Petrobras como sua
"parceira preferencial".
Havia críticas no governo,
principalmente do Ministério da Fazenda, a esse tipo de
mecanismo, sob o argumento de que ele poderia gerar irregularidades nessa escolha.
Para driblar essa resistência, que ainda persiste, a exceção valeria apenas para a
Petrobras. Inicialmente, a
ideia é que a futura estatal
pudesse ter essa liberdade
para escolher quem ela quisesse como parceira preferencial, sem passar pelo processo de licitação.
Segundo um auxiliar presidencial, a definição de que
apenas a Petrobras possa ser
a escolhida praticamente
acaba com o risco de corrupção nesse processo. A palavra
final será dada pelo presidente Lula.
No início dos estudos, o
Palácio do Planalto tinha
uma posição crítica em relação à Petrobras. Auxiliares
de Lula diziam que a estatal
não iria ganhar tudo que defendia na definição das regras. Agora, dentro do governo, a empresa é lembrada como a "madrugadora" do pré-sal e um "símbolo do crescimento brasileiro", a ser preservado e fortalecido.
Ao ser escolhida como parceira preferencial, a Petrobras teria de seguir os parâmetros definidos pela nova
estatal do setor -como a
parcela da produção que ela
teria de transferir para o governo federal. Caso contrário, o campo irá a leilão.
Ainda dentro do discurso
para se contrapor às críticas
da oposição, o governo definiu que a futura estatal será
apenas uma administradora
das reservas, com um "estrutura mínima e enxuta", com
a criação de salvaguardas para evitar seu "uso político".
(VC)
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