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Ministra descarta risco de apagão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Brasil terá energia garantida
até o final da década para sustentar um crescimento econômico
de 4,5% ao ano, em média. O cálculo foi feito pelo Ministério de
Minas e Energia e seria apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula
da Silva. De acordo com a ministra Dilma Rousseff, essa garantia
vem da sobra atual de energia e de
usinas que já foram licitadas, mas
ainda não estão em operação.
De 2010 em diante, o país precisaria da energia de novas usinas,
que teriam de ser licitadas a partir
de 2006. Uma usina hidrelétrica
leva de quatro a cinco anos para
ficar pronta, e uma termelétrica
em torno de três anos. Segundo a
ministra, a demanda por energia
deve crescer de 3.500 MW a 4.500
MW por ano nos próximos anos.
Na semana passada, o professor
titular do Instituto de Economia
da UFRJ e integrante do Conselho
Empresarial de Energia da Firjan
(Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), Adilson
de Oliveira, havia alertado que, se
não forem definidos novos investimentos na geração de energia
elétrica já no próximo ano e a economia do país continuar crescendo, o Brasil corre risco de um novo racionamento a partir de 2007.
A ministra disse que o novo
marco regulatório do setor é mais
estável do que o anterior. "O modelo anterior era fragmentado e
disperso, as diretrizes eram genéricas e existiam lacunas."
Segundo ela, o novo modelo dá
mais garantias aos investidores e
aos consumidores, porque não
permite especulação com a energia. "Você não pode vender uma
energia que não tem. Se você tiver
uma termelétrica e não tiver gás,
não tem energia. Vamos acabar
com essa ficção", disse. "Batata
você pode substituir por mandioca. Energia não pode ser substituída."
Dilma Rousseff se referia a termelétricas construídas no Nordeste que não podem operar na
sua capacidade máxima porque a
Petrobras não tem como fornecer
o gás necessário. No novo modelo, as usinas precisarão ter lastro
físico para a energia que declararem poder gerar.
Para elaborar os decretos, o governo teve que tentar conciliar os
interesses das geradoras (na sua
maioria estatais) e das distribuidoras (maioria privada). Houve
um aumento do número de consumidores que poderão ser considerados livres (que podem escolher de quem compram energia).
As distribuidoras poderão repassar para a tarifa do consumidor a energia que tiver que ser
comprada para suprir erros de
planejamento. Ou seja, se o mercado de uma distribuidora crescer
muito, ela pode comprar mais
energia e repassar o custo para o
consumidor. O repasse está limitado a 3% do que havia sido inicialmente planejado.
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