São Paulo, sábado, 31 de julho de 2004

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INVESTIMENTOS

Principal índice de ações tem alta acumulada de 5,62% em julho; no ano, porém, ganho nominal é de 0,45%

Só aplicação em Bolsa bate inflação no mês

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Ganhar da inflação tem sido um difícil desafio para os investidores neste ano. Mesmo as aplicações financeiras de melhor desempenho têm batido a inflação por uma margem bem estreita.
Os investimentos que acompanham o sobe-e-desce das taxas de juros têm dado os melhores retornos em 2004.
Em julho, a melhor aposta foi a Bolsa: o Ibovespa, principal índice do mercado acionário, subiu 5,62% e foi a única aplicação a bater a inflação. Mas, no ano, o retorno da Bolsa é de 0,45%.
Uma das modalidades de CDBs (prefixados para grandes investidores) é destaque com rentabilidade de 9,9% no ano. Os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) são títulos que representam uma dívida de um banco e pagam juros. Os fundos referenciados DI (que carregam principalmente títulos públicos atrelados aos juros) têm rendimento médio de 8,66% no ano. Os fundos de renda fixa estão com retorno anual, na média, de 8,52%.
"A Bolsa viveu um bom momento neste mês. Com a expectativa de continuidade na recuperação econômica do país, o mercado de ações é uma boa aposta", afirma Jacopo Valentino, diretor de renda variável do BNP Paribas Asset Management.
O IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado) acumula alta de 8,18% em 2004. Com isso, boa parte do ganho real -descontado a inflação- dos investimentos evaporou.
O aumento das expectativas futuras de inflação fez com que o Banco Central se mostrasse mais duro na ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) divulgada na quinta-feira. Na ata, o BC mostrou estar disposto a manter a taxa básica (Selic, hoje em 16% ao ano) inalterada ainda por algum tempo.
Um cenário de taxas de juros em patamares mais elevados favorece as aplicações que carregam títulos públicos e privados -com os fundos DI e de renda fixa- que acompanham a oscilação da Selic.
"Mesmo com a expectativa de juros em patamares mais elevados até o fim do ano, não acho que vá haver uma correria para os fundos de renda fixa", diz Luiz Antonio Vaz das Neves, diretor da corretora Planner.
O dólar refletiu o mês menos turbulento e registrou recuo de 1,59% diante do real, chegando a ficar abaixo dos R$ 3,00. Ontem, o dólar fechou a R$ 3,038. No ano, a moeda norte-americana ainda acumula valorização de 4,69%.


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