São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 2008

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Eike chora em ato de desagravo, que ataca ação da Polícia Federal

CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

A cerimônia que marcou a concessão de licença prévia para a construção de um dos projetos de Eike Batista, 51, tornou-se um ato de desagravo ao empresário, investigado pela PF (Polícia Federal) por supostas irregularidades no processo de concessão de uma ferrovia no Amapá.
Conselheiro e espécie de braço direito de Batista, o ex-ministro e ex-governador do Estado da Guanabara, Raphael de Almeida Magalhães, 77, classificou a ação da PF de "enredo tragicômico". Eike Batista chegou a chorar durante o discurso de Magalhães. "Tentaram manchar sua honra de cidadão, empresário e brasileiro num ato de irresponsabilidade e de gratuidade", afirmou, durante discurso no Palácio Guanabara, no Rio.
Magalhães exaltou o fato de Batista ter dado garantias pessoais à empresa Anglo American, que está comprando parte dos ativos do grupo de Eike, entre os quais a ferrovia em questão.
"Apenas ele, e não as demais empresas de capital aberto de seu grupo [pode responder] por qualquer prejuízo que possa vir a resultar do enredo tragicômico armado pela espúria associação entre alguns agentes da PF, descuidados dos deveres de prudência e moderação com que devem exercer suas importantes missões; alguns membros do MP, atraídos pelos holofotes da evidência pública e de poucos jornalistas, seduzidos pela notoriedade do denuncismo de fácil extração, envolvendo projeto em plena operação da MMX no Amapá".
O governador Sergio Cabral elogiou o empresário, mas cobrou mais prudência nas críticas à PF e à imprensa.
"Há excessos. Mas é muito melhor ter uma PF trabalhando, um MP trabalhando e uma imprensa livre do que visitar meu pai na cadeia como visitei quando tinha sete anos. Então, vamos ter cuidado nas críticas a essas instituições porque elas podem errar, mas são fundamentais.", disse Cabral, que classificou Batista como um homem limpo.
Durante o seu discurso, Eike Batista evitou abordar a investigação da PF, mas ressaltou que construiu reputação internacional baseada na ética, na transparência e "na capacidade ímpar de execução de projetos". O empresário optou por não conceder declarações à imprensa.


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