São Paulo, Sábado, 31 de Julho de 1999
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MERCADO FINANCEIRO

Pressão de vencimento põe dólar a R$ 1,80

da Reportagem Local

O vencimento dos contratos futuros em dólar e a difusão do sentimento de que o câmbio realmente será o principal afetado diante de qualquer turbulência externa fizeram a moeda norte-americana fechar em alta.
O dólar comercial terminou o dia, para venda, a R$ 1,802 -elevação de 0,5% em relação a anteontem.
Ontem foi o dia de se chegar à cotação de pagamento dos contratos futuros.
No mercado futuro, o investidor busca proteção. Por exemplo: ele sabe que terá de remeter dólares para o exterior ao final de julho. Então, no começo do mês, ele faz uma análise e percebe que a cotação da moeda tende a subir. Como ele trabalha em reais, procura a BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) e faz um contrato expirando no início de agosto.
A remuneração, ao final do compromisso, é feita pelo dólar médio cotado pelo Banco Central um dia antes do vencimento do contrato.
Independentemente do patamar, quem tem dinheiro a receber, quer levar o dólar para a maior cotação possível, para ganhar mais. Quem tem a pagar, tende a buscar a queda da moeda, no movimento de manipulação inverso.
O leilão de R$ 500 milhões em títulos do governo reajustados pelo câmbio ajudou a acalmar o mercado, mas não foi suficiente.
Principalmente porque a fala do presidente do BC, Armínio Fraga, de que a taxa de juros refletirá o comportamento inflacionário, causou a sensação de que, se houver qualquer fator de turbulência externa (como aumento dos juros nos EUA), o câmbio irá sofrer o impacto.
Assim, aumentou a percepção de que a tendência do dólar é ter cotação acima de R$ 1,80 durante o próximo mês.
A Bolsa de Valores de São Paulo voltou a acompanhar o mau desempenho de Nova York e fechou em queda de 1,19%.
O volume financeiro foi de R$ 385,505 milhões. A média diária do mês acabou em R$ 481,49 milhões, deixando julho como o segundo pior mês em giro do ano (a média só não foi mais baixa graças ao leilão de privatização da Paranapanema, que gerou R$ 1,239 bilhão). (MARCELO DIEGO)


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