São Paulo, sábado, 31 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Petrobras vai ampliar produção em 40%

DA SUCURSAL DO RIO

No momento em que o preço do petróleo dispara, devido às ameaças americanas de invasão do Iraque, a Petrobras anuncia que aumentará sua capacidade de produção em 650 mil barris de óleo por dia até 2004 somente na bacia de Campos, a maior região produtora do país. O acréscimo representa cerca de 40% da produção atual da Petrobras, de 1,5 milhões de barris por dia.
Duas novas unidades de produção começam a operar ainda neste ano, entre o final setembro e o início de outubro. Uma no campo de Roncador, para substituir provisoriamente a P-36 (que afundou em março de 2001), com capacidade para 90 mil barris por dia. A outra, de menor porte, irá testar o recém-descoberto campo gigante de Jubarte, retirando do fundo do mar 15 mil barris/dia.
Entre o final de 2003 e meados de 2004, começam a produzir um navio -contratado para ampliar a retirada de óleo do campo de Marlim Sul em mais 90 mil barris por dia- e duas plataformas de grande porte, estas para os campos de Barracuda e Caratinga (300 mil barris/dia, juntas).
No mesmo período, a P-50 -cuja construção, já licitada, é alvo de polêmica, pois o vencedor foi um estaleiro de Cingapura, o Jurong- estará operando em Albacora Leste, com capacidade para 180 mil barris por dia.
Todos esses investimentos estão sendo feitos na bacia de Campos. Até 2005, serão investidos US$ 15 bilhões em exploração e produção no Brasil. Desse total, US$ 10 bilhões serão destinados à bacia de Campos e equivalem a mais da metade do que foi investido nos 25 anos de exploração dos campos da região (US$ 17 bilhões).
Segundo o diretor-gerente de exploração e produção da Petrobras, Carlos Tadeu Fraga, a empresa trabalha para ampliar o máximo possível a produção. O objetivo é reduzir a dependência das importações, que hoje correspondem a cerca de 20% do consumo total do país.
A meta da estatal é atingir uma produção de 1,9 milhão de barris/dia em 2005. Isso, junto com a produção das novas empresas que ingressaram no setor desde o final do monopólio (1998), garantiria a auto-suficiência ao país.
Tadeu Fraga evita falar numa antecipação dessa meta. A própria ANP (Agência Nacional do Petróleo), no entanto, já considerou que o país pode chegar à auto-suficiência antes de 2005.
(PEDRO SOARES)


Texto Anterior: Em transe: Preço da gasolina só sobe após o fim das turbulências no mercado
Próximo Texto: Panorâmica - Teles: TIM deve iniciar serviço celular em semanas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.