São Paulo, domingo, 31 de agosto de 2008

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Menos imposto e terceirização são saída contra informalidade, dizem especialistas

DA REPORTAGEM LOCAL

A diminuição da carga tributária e a terceirização dos serviços, como a que ocorre na China, são algumas das alternativas apontadas por especialistas no mercado de trabalho como saídas para aumentar a formalização dos trabalhadores domésticos e reduzir o número de ações na Justiça do Trabalho.
Só no ano passado, 47.441 processos de um total de 1,824 milhão de ações que entraram nas 1.370 Varas do Trabalho do país envolvem trabalho doméstico, de acordo com levantamento realizado pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho).
Se houver redução da contribuição previdenciária para o empregador (de 12% para 8%) e do trabalhador doméstico (de 8% para 6%), eliminação da multa de 40% do FGTS (em caso de demissão sem justa causa), anistia dos débitos previdenciários para a empregada e empregador, o consultor Mario Avelino estima que 1,4 milhão de domésticos poderia passar a receber o FGTS. Um projeto de lei -"Legalize sua doméstica e pague menos INSS"- contendo essas reivindicações foi encaminhado à Câmara dos Deputados em abril deste ano.
A estimativa foi calculada com base em pesquisa com 2.091 empregadores domésticos cadastrados no portal Doméstica Legal. Desse total, 89% responderam que depositariam os 8% mensais referentes ao FGTS para seus empregados caso não houvesse obrigatoriedade da multa e redução da carga tributária. Nos cálculos de Avelino, haveria um aumento de R$ 628 milhões ao ano de arrecadação do FGTS.
Para Marcio Pochmann, economista e presidente do Ipea, o fim da admissão direta de trabalhadores pelas famílias daria lugar à profissionalização dos serviços prestados por trabalhadores domésticos.
O exemplo vem da cidade de Shenzhen, na China, onde ele esteve recentemente. "Cada organização empregadora de trabalhadores terceirizados em Shenzhen oferta serviços às famílias, que podem escolher aquela de menor custo e de melhor qualidade, entre outros critérios. Os empreendimentos que ofertam os serviços às famílias contratam somente trabalhadores protegidos pela legislação social e trabalhista. O modelo de terceirização chinês é diferente do nosso." (CR e FF)



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