São Paulo, domingo, 31 de outubro de 2004

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TELEFONIA

Operadoras investirão em DDD e DDI pela internet, mas acusam empresas que já oferecem o serviço de concorrência desleal

Teles querem nova lei para ligação via web

Associated Press
Usuário fala ao telefone ao lado de anúncio de celular top de linha em feira de tecnologia em Pequim


JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

HUMBERTO MEDINA
ENVIADO ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS

As operadoras de telefonia apontam que as convergências entre mídias, como fazer ligações via internet, vão representar dentro de pouco tempo a maior parte da receita das operadoras. Para abocanhar essa fatia de mercado, que já está sendo explorada por empresas de pequeno porte que não seguem regulamentação e não receberam concessão, as empresas estão pressionando por mudanças no setor.
No centro das discussões está o avanço do uso, sobretudo corporativo, do sistema de transmissão de voz sobre IP (Internet Protocol), conhecido no mercado como Voip. Essa tecnologia possibilita que uma ligação telefônica seja feita por meio do acesso à internet de banda larga (rápida), com custo muito inferior que a tarifa de DDD ou de DDI.
"A tecnologia se desenvolveu de forma mais rápida do que se esperava. As receitas geradas pelas ligações de grande distância vão acabar em pouco tempo. A oferta de serviços será o diferencial das operadoras, que cada vez mais terão de firmar parcerias com as indústrias que produzem a tecnologia", disse a presidente da Brasil Telecom, Carla Cico.
De imediato, as grandes teles querem que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) promova mudanças nas regras do setor para enquadrar as empresas que atualmente já estão explorando os novos serviços. As operadoras argumentam que estão sendo alvo de concorrência desleal.
"Não existe um serviço chamado voz sobre IP. Existe transmissão de voz. IP é uma tecnologia", disse José Fernando Pauletti, presidente-executivo da Abrafix (Associação Brasileira de Prestadores de Serviço Telefônico Fixo Comutado), que defende mudanças na regulamentação.
Para Pauletti, a falta de regras pode "inibir investimentos" no país. "Se não houver remuneração, as empresas param de investir. A concessão é um bem público que precisa ser preservado."
A disputa pelo mercado de serviços confronta também operadoras de telefonia móvel e fixas.
"Entendo a necessidade de as fixas estarem desenvolvendo projetos defensivos, mas está havendo uma confusão no mercado. Estão chamando de convergência um processo que é, na realidade, mistura comercial. Há regime fixo que é móvel, há regime fixo que quer virar móvel", disse o presidente da Vivo, Francisco Padinha.

Os jornalistas Jairo Marques e Humberto Medina viajaram a Florianópolis a convite da Futurecom

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