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Operadoras refutam novo serviço do Fust
DO ENVIADO ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS
As operadoras de telefonia não
querem que o novo serviço elaborado pela Anatel para usar os recursos do Fust (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações) seja criado. A decisão é do presidente da República,
mas o pedido da agência ainda está parado no Ministério das Comunicações.
Nos bastidores, as operadoras já
trabalham para convencer deputados a aumentar a previsão do
uso de recursos do Fust no Orçamento de 2005, que é de R$ 30 milhões. O fundo tem saldo de R$ 3
bilhões. O dinheiro começaria a
ser gasto antes mesmo de o novo
serviço previsto pela agência ser
criado e serviria para subsidiar o
pagamento de contas de telefone.
Esse uso é completamente diferente do que pretende a Anatel. A
agência gostaria de licitar um novo serviço, chamado de SCD (Serviço de Comunicação Digital). O
país seria dividido em 11 áreas de
prestação de serviço. O SCD seria
um produto semelhante ao acesso
à internet em alta velocidade.
Se o novo serviço for criado, haverá licitação para uso dos recursos do Fust. Ou seja, as atuais operadoras de telefonia poderiam
perder a disputa e ficar de fora da
luta pelos recursos do fundo. O
dinheiro é arrecadado com 1% da
receita operacional bruta das empresas do setor de telecomunicações, mas, pelo modelo previsto
pela Anatel, qualquer empresa
pode participar da licitação do
novo serviço.
O dinheiro do Fust foi um dos
temas mais debatidos na feira do
setor que houve em Florianópolis.
Alguns dirigentes de operadoras
criticam abertamente a proposta.
"Era mais simples fazer um aditamento aos contratos atuais", disse
Otávio Marques de Azevedo, presidente do Conselho de Administração da Telemar. Dirigentes das
demais operadoras também criticaram, mas não abertamente.
Com um aditamento do contrato, no entanto, não haveria licitação, e as concessionárias seriam
as únicas a ter acesso ao dinheiro.
"Não é possível fazer aditamento
ao contrato, porque a licença das
operadoras só pode oferecer o
serviço de telefonia", disse Edmundo Matarazzo, superintendente de Universalização da Anatel e idealizador do SCD.
Na visão de Matarazzo, no entanto, o Fust é usado em um novo
serviço. Na das operadoras, o dinheiro é usado no serviço que já
existe, ou seja, na telefonia fixa,
para o qual elas já têm contrato de
concessão.
(HM)
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