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Venda da TVA é legal, diz associação de TVs
Para entidade que reúne emissoras de TV paga, acordo com a Telefônica não deverá enfrentar impedimentos jurídicos
No segmento de banda larga, em que as duas empresas atuam hoje, poderá haver uma junção das operações no futuro
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O acordo de venda da TV por
assinatura TVA para a Telefônica foi desenhado com tamanho cuidado que, mesmo com a
concorrência já esperneando,
não deverá haver impedimentos legais para a operação. A
ABTA, associação do setor de
TV paga, informou ontem que o
negócio "está dentro da lei",
pois não fere as normas que regulam o segmento.
"Se a Telefônica tivesse feito
o que a Telemar fez, aí não teria
jeito, faríamos alguma coisa,
sim, Mas não é o caso", disse
ontem Alexandre Annenberg,
diretor-executivo da ABTA.
Em julho, a Telemar comprou a
empresa de TV paga Way Brasil, mas a ABTA encaminhou
um documento à Anatel, agência reguladora da área de telecomunicações, se posicionando
contra a operação. Isso porque
ela fere, diz a ABTA, fundamentos da lei geral do setor. A Telemar questionou esse posicionamento (veja texto abaixo).
Desta vez, para Annenberg,
há diferenças. No acordo assinado entre as empresas no domingo, a Telefônica, empresa
de origem espanhola, assumiu
100% das operações de MMDS
(TV por assinatura via microondas) da TVA em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e
Porto Alegre. Isso pode ser feito porque a lei geral que rege o
setor não limita a participação
de empresas de telefonia no
MMDS. Com isso, a Telefônica
pode ficar com o bolo todo. Já
na operação de TV a cabo em
São Paulo, a companhia espanhola comprou 19,9% das ações
ordinárias, taxa limite estabelecida pela lei do setor, que determina que uma empresa de
capital estrangeiro explore
-como controladora ou por
meio de coligadas- até 20% do
mercado da região em que já
atua. A Telefônica já opera em
São Paulo.
Além disso, outros acertos
estão presentes no acordo assinado. A Abril, dona da TVA, vai
desenvolver conteúdo que será
distribuído para as operações
de TV por internet -nova mídia que será explorada pela
companhia. O que existirá, de
maneira geral, é um compartilhamento de estruturas que
busque sinergia e favoreça a
convergência de tecnologias.
As companhias não divulgaram
o valor envolvido no negócio. O
capital social da TVA gira em
torno de R$ 800 milhões.
A princípio, as operações de
banda larga (internet) das companhias, com marcas diferentes -Ajato, da TVA, e Speedy,
da Telefônica-serão mantidas.
O que pode ocorrer é uma fusão
de operações de maneira que as
infra-estruturas não se dupliquem -o que se traduziria em
custos maiores. Para o consumidor, o que pode existir é menor cartela de opções: seja o
Ajato, seja o Speedy, o cliente só
poderá optar pelos serviços da
Telefônica. A Anatel ainda precisa aprovar a operação.
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