São Paulo, terça-feira, 31 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Petróleo cai com menor demanda nos EUA

Preço do barril teve quedas de 3,9% tanto em Nova York como em Londres

Temperaturas altas no hemisfério Norte reduzem necessidade de combustível para aquecimento e estoques registram alta

DA BLOOMBERG

Os contratos de petróleo bruto tiveram sua maior queda em mais de três semanas ontem, uma vez que as altas temperaturas registradas nos Estados Unidos reduziram a demanda por combustíveis para calefação, elevando os estoques de destilados.
As reservas de petróleo bruto nos Estados Unidos aumentaram em 2,7 milhões de barris, segundo analistas ouvidos pela Bloomberg.
Os estoques, segundo o relatório do Departamento de Energia da semana passada, estavam 12% acima da média de cinco anos para o período.
Temperaturas superiores às costumeiras vão alcançar a maior parte do território dos Estados Unidos entre os dias 6 e 12 de novembro, segundo o instituto meteorológico National Weather Service.
"Os estoques estão elevados, a capacidade excedente de produção está crescendo e a demanda não está indo a lugar nenhum", disse Michael Lynch, presidente da Strategic Energy & Economic Research de Winchester, Massachusetts.
"Enquanto o inverno não chegar para valer, a demanda será letárgica." O inverno no hemisfério Norte ocorre de dezembro a março.
Os contratos futuros para entrega em dezembro caíram US$ 2,39, ou 3,9%, para US$ 58,36 o barril na Bolsa Mercantil de Nova York.
Na Bolsa de Londres, o petróleo do tipo Brent também caiu 3,9% e fechou cotado a US$ 58,68 por barril.
O petróleo se encaminha para registrar sua maior queda diária desde 3 de outubro. Os contratos futuros registram preços 4,2% abaixo dos registrados há um ano.
Os preços despencaram 25% a partir do recorde de US$ 78,40 o barril, alcançado em 14 de julho, em meio a preocupações sobre se os combates no Líbano se disseminariam por todo o Oriente Médio, origem de um terço da oferta mundial de petróleo.

Estoque saudável
"Os estoques estão parecendo mais saudáveis e as temperaturas deverão aumentar", disse Ric Navy, corretor da BNP Paribas de Nova York.
"O mercado está vulnerável à queda. A Opep será posta à prova nas próximas semanas", disse ele.
A queda dos preços do petróleo levaram a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que produz cerca de 40% do petróleo mundial, a concordar em reduzir a produção em 1,2 milhão de barris por dia a partir de 1º amanhã.
Os ministros da Opep vão reexaminar suas reduções na próxima reunião, marcada para o próximo dia 14 de dezembro em Abuja, na Nigéria.


Texto Anterior: Vaivém das commodities
Próximo Texto: Sociais&cias.: Ação pró-diversidade foca em educação
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.