São Paulo, sexta-feira, 31 de outubro de 2008

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CMN aprova ajuda a tradings do setor rural

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Além de elevar os recursos obrigatórios que os bancos têm de aplicar no financiamento do setor rural -como já era esperado-, o CMN (Conselho Monetário Nacional) aprovou ontem medidas para garantir liquidez ao mercado de papéis ligados a produtos rurais, operados principalmente por tradings.
A partir de segunda-feira, três bancos (Banco do Brasil, Basa e BNB) poderão destinar a esse mercado até 40% da parcela de recursos da poupança rural que precisam ser aplicados obrigatoriamente no setor rural. O limite anterior era de 5%.
O conselho também autorizou que tais papéis (chamados de Cédulas do Produto Rural) possam ser adquiridos pelos bancos não só de cooperativas rurais, associações e produtores. Também poderão ser comprados de tradings, da agroindústria e de fornecedores de insumos.
"Isso foi necessário para alavancar o setor, dar mais liquidez. As tradings estão deixando de negociar, e é isso que fazia a safra girar", disse o gerente-executivo da área de aplicação obrigatória de crédito rural do BC, Deoclécio Pereira de Souza.
O governo havia anunciado que o conselho ampliaria de 65% para 70% a obrigatoriedade de aplicação da poupança rural no financiamento do setor rural. Isso injetará R$ 2,6 bilhões no financiamento da agropecuária, que sofre retração de crédito.
Segundo Souza, desse novo percentual, no mínimo, 60% devem ser destinados exclusivamente a operações de crédito rural. Os 40% restantes serão voltados para os papéis de produtores rurais.

Cenário otimista
Apesar da crise, o governo projeta um cenário otimista para o agronegócio nos próximos dez anos. De acordo com estudo divulgado pelo Ministério da Agricultura, a produção de grãos deverá aumentar em 28,7% até 2018 e a de carnes, em 51%.
Segundo o ministro Reinhold Stephanes, os números já levam em conta cenários adversos. "O estudo é bem conservador", diz.
Para o governo, a produção de grãos (soja, milho, trigo, arroz e feijão) deverá passar de 139,7 milhões de toneladas para 179,8 milhões em 2018. No caso das carnes, o aumento será dos atuais 24,6 milhões de toneladas para 37,2 milhões de toneladas.
"O setor pode crescer até mais", disse José Mário Schreiner, presidente da comissão de cereais da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).


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