São Paulo, sábado, 31 de outubro de 2009

Próximo Texto | Índice

Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Crise reduz transferência de executivos

O percentual de executivos estrangeiros que atuam no Brasil caiu neste ano.
Hoje, 43% das empresas de médio e grande porte no país contam com profissionais vindos de unidades do exterior, segundo pesquisa da consultoria de gestão de negócios Hay Group, feita em junho com executivos de 227 companhias. Em 2008, o índice registrado pelo levantamento foi de 48%.
"A política de mobilidade de executivos tem um custo alto para as instituições. A crise provocou um arrefecimento e um maior rigor para a aprovação desses programas", afirma Carlos Siqueira, diretor de remuneração da América do Sul do Hay Group.
Com o restabelecimento da economia, a tendência é que o número de profissionais transferidos para o Brasil volte a crescer, segundo Siqueira. "A internacionalização das empresas motiva esse tipo de experiência corporativa."
Entre os executivos estrangeiros que atuam hoje no Brasil, 13% ocupam a posição de principal executivo da empresa. Os demais (87%) são vice-presidentes ou diretores, de acordo com o levantamento.
O principal local de origem desses profissionais é a Europa (27%), seguido da América Latina (22%) e da América do Norte (17%).
"As empresas com matriz europeia tendem a enviar mais executivos para administrar suas subsidiárias do que as empresas americanas, que costumam escolher mais executivos locais", diz Siqueira.
A presença grande de profissionais latino-americanos em cargos de chefia no Brasil se justifica pela criação de divisões no país para atender a toda a região, de acordo com o diretor do Hay Group.

NO MAPA

A urbanista Cecilia Martinez, diretora para a América Latina e Caribe do programa UN-Habitat, da ONU, veio a São Paulo nesta semana para avalizar o plano de reurbanização da alameda Gabriel Monteiro da Silva. Com investimento previsto de R$ 60 milhões, a rua, que concentra lojas de decoração de luxo, será transformada até 2015. Uma das principais funções do UN-Habitat, que apoia o projeto, é atuar no melhoramento de habitações precárias. "Qualquer parte da cidade, rica ou pobre, precisa ser melhorada. Gostaríamos que essas lojas que estão ganhando com esse projeto pudessem depois ajudar outras zonas da cidade", afirma Martinez.

RETORNO

O grupo vinícola português JMF (José Maria da Fonseca), dono da marca Periquita, popular no Brasil, quer agora ampliar sua participação no país com vinhos mais sofisticados. Os novos produtos chegarão, a partir de janeiro, por meio da importadora Inovini, braço de vinhos finos da Aurora. Um deles, um Moscatel, já foi vendido no Brasil no século 19. Naquela época, o país representava 90% das vendas da JMF. Hoje, com a expansão da empresa, o mercado doméstico concentra 10% das vendas mundiais da empresa, em 50 países. O Brasil é o principal mercado para o Periquita, com 1 milhão de garrafas vendidas por ano. "Não esperamos superar as vendas do Periquita com os produtos que traremos, pois são vinhos mais "premium", de produção menor. Mas pretendemos resgatar o sucesso que o Moscatel teve no Brasil há um século", afirma Antonio Soares Franco, presidente da vinícola.

COSMÉTICO 1
A Natura vai iniciar operação em El Salvador, Guatemala e Honduras, associada a uma empresa distribuidora. O potencial do mercado de cosméticos desses países é US$ 663 milhões. Hoje, ela atua na América Latina com operação própria na Argentina, no Peru, no Chile, no México e na Colômbia. Na Bolívia, também tem associação com um distribuidor.

COSMÉTICO 2
"Com este modelo de negócio, de parceria com uma empresa de venda direta já estabelecida nesses mercados, aceleramos nossa entrada nesta região", diz Pedro Villares, vice-presidente de Operações da América Latina da Natura.

CONFIANTES
Com a Copa e a Olimpíada no Brasil, empresários que irão à feira internacional de construção civil Batimat, em Paris, entre 2 e 7 de novembro, estão confiantes de que voltarão com acordos encaminhados. "Queremos aproveitar o destaque do Brasil para tentar internacionalizar empresas de construção", diz José Carlos de Oliveira Lima, diretor da Fiesp.

NOTA
A marca de 13 milhões de notas fiscais eletrônicas emitidas por mês foi atingida em outubro pela Signature South Consulting, empresa de TI que tem clientes como AmBev e Fiat. Até 2010, a meta é alcançar 50 milhões de emissões por mês.


com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


Próximo Texto: Contas do setor público pioram em setembro
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.