São Paulo, sábado, 31 de outubro de 2009

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Câmbio e menor rigor fiscal puxam aumento

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A redução do superavit primário e o comportamento do câmbio foram os dois fatores responsáveis pelo aumento da dívida pública em 2009.
Segundo dados do Banco Central, o endividamento da União, dos Estados, dos municípios e das estatais cresceu 15% neste ano e chegou a R$ 1,325 trilhão no fim de setembro. Esse valor representa 44,9% do PIB (Produto Interno Bruto), a soma das riquezas produzidas no Brasil em um ano. No fim de 2008, estava em 38,8%.
A variação da moeda norte-americana respondeu por metade desse aumento.
Isso ocorre porque o Brasil tem mais ativos do que dívidas em dólar. Entre os principais ativos estão as reservas internacionais, que somam hoje mais de US$ 230 bilhões.
Isso significa que as contas públicas pioram sempre que o dólar cai e melhoram quando a moeda se valoriza, o que compensa outros efeitos causados pelo comportamento do câmbio. No ano passado, por exemplo, a disparada do dólar no último trimestre ajudou a reduzir a dívida em 3,5 pontos percentuais. Neste ano, o país já "devolveu" mais de 80% desse ganho.
Pesa também na dívida a piora no superavit primário, que é a economia feita pelos governos para pagar juros. O resultado caiu quase 70% neste ano na comparação com 2008 e respondeu, dessa forma, por metade do aumento no endividamento do país.
O BC prevê que a dívida vá chegar a 45,1% do PIB em outubro, mês em que o dólar fechou novamente em alta, para depois recuar para um patamar entre 43,3% e 44,2% no fim do ano.
Para a instituição, esse aumento é compatível com as ações do governo para estimular a economia durante a recessão vivida entre o fim de 2008 e o começo de 2009.
Para 2010, o BC projeta que a dívida volte para um patamar entre 40% e 41% do PIB.


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