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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Skaf vê timidez no pacote e propõe mudanças profundas
O Brasil não está precisando
mais de um pacote de "bondades", e sim de reformas profundas para mudar o foco do país
para o desenvolvimento econômico. Um pacote de medidas
para estimular alguns setores
da economia brasileira é até positivo, mas este e outros governos já fizeram e nem por isso o
país cresceu.
A afirmação é do presidente
da Fiesp, Paulo Skaf, ao falar de
suas expectativas sobre o pacote econômico do governo que
deverá ser anunciado na terceira semana de janeiro. "Um pacote com um estímulo aqui e
outro ali, ainda que seja positivo, será mais do mesmo, e não é
disso que o Brasil precisa agora", afirma.
Skaf defende uma mudança
mais ampla. O que o governo
deve fazer agora, na sua opinião, é, na verdade, um choque
de gestão que contemple cortes
de gastos, reformas estruturais,
mecanismos de desburocratização e de incentivos ao investimento privado, além do aumento do investimento público
e de uma redução ainda maior
dos juros.
A Fiesp encaminhou recentemente ao governo um documento, elaborado com o Iedi,
com uma série de propostas
que visam elevar o crescimento
econômico do país para 5% ao
ano, a partir de 2009.
Sem esconder um certo ar de
desânimo, Skaf espera que a decisão de prorrogar o anúncio do
pacote econômico tenha sido
motivada para ampliar o alcance das medidas, mas ele não
acredita nessa hipótese. Ele
tampouco acha que o documento elaborado pela Fiesp
com o Iedi venha a ser aproveitado pelo governo.
O trabalho da Fiesp/Iedi propõe que o governo adote uma
meta de crescimento econômico para que o país consiga se expandir. Nessa proposta, que o
documento chama de novo enfoque da política econômica,
seria a meta de crescimento
que iria definir o superávit nominal, a meta de inflação e a política cambial.
Segundo Skaf, isso não significa que ele defenda a volta da
inflação, que é a maior crítica
que se faz sobre a proposta da
Fiesp. O documento projeta
uma inflação ao ano de 4,5% até
2009, para depois cair para 4%
em 2010 e para 3% em dez
anos. "Ninguém quer a volta da
inflação", diz Skaf. "O que o país
precisa é de crescer, e ninguém
cresce se continuar com o freio
de mão acionado."
Caso contrário, o Brasil, de
acordo com Skaf, corre o risco
de seguir o exemplo do México,
que baixou o risco-país, o juro e
a inflação, atingiu o grau de investimento em 2002, mas o
crescimento está empacado na
faixa de 3%.
Frase
"Um pacote com
um estímulo
aqui e outro ali, ainda
que seja positivo, será
mais do mesmo, e
não é disso que o
Brasil precisa agora"
PAULO SKAF
presidente da Fiesp
A VEZ DO ROSÉ
A Moët Hennessy, que detém marcas como Dom Perignon, Krug, Moët Chandon e Veuve Clicquot, entre outras,
teve um 2006 grande. Pelo menos no tamanho das garrafas.
Foi o primeiro ano de Réveillon com garrafas de três litros,
as chamadas "Jéroboam", depois da liberação da importação
de garrafas de vinho e espumantes de até cinco litros, há
dois anos. "Este foi o ano em que as pessoas começaram a
consumir mais esse outro formato", diz Davide Marcovitch,
presidente da Moët Hennessy para América Latina, Caribe,
África do Sul, Oriente Médio e Canadá. Segundo ele, as garrafas são usadas, principalmente, em festas de casamento ou
como presentes finos. Para 2007, Marcovitch afirma que a
tendência é, cada vez mais, o consumo da champanhe rosé.
"O problema com o rosé, anteriormente, é que só era importado o de baixa qualidade para o Brasil. Mas agora há grandes vinhos e espumantes produzidos com o tipo de uva", diz.
Estilista faz parceria com marcas de luxo
A estilista Flávia Galli, que
já vestiu membros das famílias Baumgart, Trussardi,
Suplicy e Vidigal, divide-se
entre duas parcerias do luxo
mundial. A primeira delas
foi firmada com a austríaca
Swarovski.
O plano era criar um "vestido-vitrine" com um tecido
de cristais triturados e prensados desenvolvido pela
marca, batizado de Crystal
Fabric. O vestido, que está
pronto, deve viajar pelo
mundo e "visitar" centros de
pesquisa de moda.
"Para 2007, devo ter ainda
um novo projeto com a Swarovsky, mas, por enquanto, é
segredo", diz.
O segundo acordo internacional aconteceu entre a
estilista e a maison Givenchy. Pela parceria, as
clientes de Flávia são convidadas, com exclusividade,
para os pré-lançamentos
dos produtos (maquiagem e
perfumes) da marca. "Isso
faz parte do projeto deles de
renovação, como fizeram
Gucci e Prada." Em abril,
acontece o próximo, do perfume Amarige Marriage.
VIRADA
A noite do Réveillon do
Caesar Park Ipanema vai
custar, por pessoa, R$ 900. A
ceia, para 80 pessoas, é assinada pelo chef francês Erick
Jacquin. Cerca de 80% dos
hóspedes que fizeram reservas no hotel nessa data são
estrangeiros. Neste ano, será
servido Veuve Clicquot.
LONGO PRAZO
Considerando apenas as
operações diretas com o
BNDES, a redução acumulada de um terço da TJLP neste ano deve baratear, em
26%, em média, os custos de
financiamentos de um empreendimento, segundo a
Abdib. O indicador caiu 33%
desde o começo de 2006.
SEDE
Em 2007, a Coca-Cola investirá pesado na comunicação de Burn, sua marca
mundial de energético. Segundo a AC Nielsen, em outubro e novembro de 2006, o
mercado de energético no
país cresceu 88%. Em janeiro, o produto vai ao mercado
em embalagem de vidro.
BOLA DIVIDIDA 1
No contrato assinado entre a Fifa e a Rede Globo para a Copa de 2014, que tem
grande probabilidade de ser
realizada no Brasil, um detalhe deverá acirrar ainda
mais a disputa de mercado
existente entre os grandes
bancos. Caberá ao comitê da
Copa de 2014 (leia-se CBF)
determinar qual será o patrocinador oficial da competição. Mesmo que a Globo
feche um contrato de publicidade com um banco, a última palavra deverá ser da
CBF. O Bradesco e o Itaú já
colocaram seus times em
campo.
BOLA DIVIDIDA 2
O interesse dos grandes
bancos no patrocínio da Copa se justifica. Além da exposição de imagem, a competição pode se transformar em
boa fonte de negócio. O patrocinador oficial pode negociar a exclusividade da
movimentação financeira
de ingressos, por exemplo.
Na Copa da Alemanha, representou uma bolada de
US$ 400 milhões. O preço
do ingresso é fixado pela Fifa, independentemente do
país da Copa. No Brasil, já se
estuda até a possibilidade de
financiamento para venda
dos ingressos.
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