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Ciclo de investimentos garantirá mais desembolsos em 2007, afirma Fiocca
DA SUCURSAL DO RIO
A julgar pelo crescimento das
aprovações de novos empréstimos em 2006 num ritmo maior
do que os desembolsos e pela
previsão do setor privado de
ampliar investimentos, o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), Demian
Fiocca, espera um desempenho
"melhor" do banco em 2007.
Como as liberações dos recursos aprovados nos empréstimos são desembolsadas de
acordo com a execução dos
projetos, Fiocca acredita numa
expansão das liberações em
2007. O presidente do banco
não quis arriscar um valor, mas
disse: "Os desembolsos serão
maiores do que os R$ 50 bilhões previstos para 2006".
As aprovações do BNDES subiram de R$ 54 bilhões nos 12
meses encerrados em novembro de 2005 para R$ 66 bilhões
em igual período terminado em
novembro de 2006 (último dado disponível) -um crescimento de 22,2%. Ou seja, as
aprovações superam a estimativa do banco de desembolsar
R$ 50 bilhões em 2006.
"A relação entre aprovação e
desembolso não é tão imediata.
A aprovação é um sinal do que
indica mais o futuro. A aprovação é mais forte no sentido de
indicar uma perspectiva favorável", disse Fiocca.
Depois de estagnadas desde
2002, as aprovações de empréstimos do BNDES, diz Fiocca, deram um salto a partir de
2004 -R$ 41 bilhões nos 12
meses até novembro. Foi reflexo, diz ele, de um "novo ciclo de
investimento" na economia.
O BNDES mapeou, entre representantes da indústria, investimentos previstos de R$
380,2 bilhões no período de
2007 a 2010, com expansão de
12,9% relação ao que foi investido entre 2002 e 2005 (R$ 207
bilhões).
No setor de infra-estrutura, o
banco estatal identificou investimentos de R$ 197 bilhões de
2007 a 2010 -9,7% a mais do
que de 2002 a 2005 (R$ 124,8
bilhões).
"A gente aqui no banco identifica que o Brasil entrou num
novo ciclo de investimentos,
que começou em 2004. Em
2002, teve a crise política e do
balanço de pagamentos, que
deprimiu o crescimento em
2002 e comprometeu também
2003. Mas em 2004 começa o
ciclo atual", avalia.
Para Fiocca, o crescimento
da economia menor do que o
previsto nos dois últimos anos
não interrompe esse ciclo.
"Não vejo nenhuma frustração
no ritmo de crescimento dos
últimos dois anos como interrupção desse ciclo. A gente continua nesse ciclo, e no ano que
vem vai acelerar [o crescimento]. A perspectiva de economia
estável trouxe um ambiente de
previsibilidade que contribui
para vários grupos empresariais tomarem a decisão de fazer grandes projetos", disse.
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