São Paulo, domingo, 31 de dezembro de 2006

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Ciclo de investimentos garantirá mais desembolsos em 2007, afirma Fiocca

DA SUCURSAL DO RIO

A julgar pelo crescimento das aprovações de novos empréstimos em 2006 num ritmo maior do que os desembolsos e pela previsão do setor privado de ampliar investimentos, o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Demian Fiocca, espera um desempenho "melhor" do banco em 2007.
Como as liberações dos recursos aprovados nos empréstimos são desembolsadas de acordo com a execução dos projetos, Fiocca acredita numa expansão das liberações em 2007. O presidente do banco não quis arriscar um valor, mas disse: "Os desembolsos serão maiores do que os R$ 50 bilhões previstos para 2006".
As aprovações do BNDES subiram de R$ 54 bilhões nos 12 meses encerrados em novembro de 2005 para R$ 66 bilhões em igual período terminado em novembro de 2006 (último dado disponível) -um crescimento de 22,2%. Ou seja, as aprovações superam a estimativa do banco de desembolsar R$ 50 bilhões em 2006.
"A relação entre aprovação e desembolso não é tão imediata. A aprovação é um sinal do que indica mais o futuro. A aprovação é mais forte no sentido de indicar uma perspectiva favorável", disse Fiocca.
Depois de estagnadas desde 2002, as aprovações de empréstimos do BNDES, diz Fiocca, deram um salto a partir de 2004 -R$ 41 bilhões nos 12 meses até novembro. Foi reflexo, diz ele, de um "novo ciclo de investimento" na economia.
O BNDES mapeou, entre representantes da indústria, investimentos previstos de R$ 380,2 bilhões no período de 2007 a 2010, com expansão de 12,9% relação ao que foi investido entre 2002 e 2005 (R$ 207 bilhões).
No setor de infra-estrutura, o banco estatal identificou investimentos de R$ 197 bilhões de 2007 a 2010 -9,7% a mais do que de 2002 a 2005 (R$ 124,8 bilhões).
"A gente aqui no banco identifica que o Brasil entrou num novo ciclo de investimentos, que começou em 2004. Em 2002, teve a crise política e do balanço de pagamentos, que deprimiu o crescimento em 2002 e comprometeu também 2003. Mas em 2004 começa o ciclo atual", avalia.
Para Fiocca, o crescimento da economia menor do que o previsto nos dois últimos anos não interrompe esse ciclo. "Não vejo nenhuma frustração no ritmo de crescimento dos últimos dois anos como interrupção desse ciclo. A gente continua nesse ciclo, e no ano que vem vai acelerar [o crescimento]. A perspectiva de economia estável trouxe um ambiente de previsibilidade que contribui para vários grupos empresariais tomarem a decisão de fazer grandes projetos", disse.


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