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Varig pretende retomar freqüências para a Europa e criar rota para a China
DA SUCURSAL DO RIO
A Varig quer voar até a China.
Esse é o destino mais audacioso
da lista que compõe o plano estratégico da empresa, em fase
de elaboração, adiantado à Folha pelo diretor de Planejamento da companhia, André
Luiz Patrão. A China faz parte
da segunda etapa do plano.
Mesmo nos áureos tempos
da companhia aérea, a Varig
nunca realizou vôos para a China. No Oriente, o principal destaque da malha era o vôo para
Tóquio. Ela escolheu a China
por se tratar da segunda maior
parceira comercial do Brasil.
O primeiro passo será aumentar o número de freqüências para Frankfurt, considerado um importante centro de
distribuição de vôos na Europa.
"A Alemanha é uma porta de
entrada para a Ásia. A partir
daí, poderemos ter o vôo para o
Oriente", disse Patrão.
Para uma empresa que chegou à beira da falência há menos de seis meses, planejar um
vôo inédito para uma companhia brasileira pode parecer
uma proposta, no mínimo, inviável. Segundo Patrão, no entanto, a Varig começou a se articular depois de receber a documentação como empresa de
transporte aéreo.
Ele prevê a chegada de cinco
aviões para vôos domésticos
em janeiro e afirma, sem revelar detalhes, que a companhia
se prepara para adquirir aviões
para vôos intercontinentais.
O critério de seleção dos destinos privilegia locais de maior
atratividade e com possibilidade de agregar passageiros de
outros países.
"Voltaremos a operar em
Londres porque funciona também como uma porta para os
Emirados Árabes Unidos. Temos parceiros querendo fechar
acordo conosco. O mesmo raciocínio nos levará de volta à
Espanha, que, além de ter localização vantajosa, é um importante destino turístico."
Os demais destinos que a Varig pretende operar são Nova
York, Miami, Cidade do México, Lima e Santiago (Chile).
"A aviação internacional mudou. Teremos atuação concentrada em portões. Não faz sentido operar para seis ou sete
pontos na Europa porque sem
apoio não há como competir
com as companhias internacionais, que são muito maiores",
afirmou Patrão.
Segundo o diretor, o setor vive uma crise de concentração
no mercado doméstico pelas
empresas estrangeiras. "Todo o
valor dessa cadeia produtiva é
transferido para fora do país e
nós ficamos com migalhas." Ele
destaca que cerca de 50% do
preço de um pacote turístico é
dado pelo valor da passagem
aérea. "Metade do preço de um
pacote é exportado."
Para Patrão, o foco no mercado doméstico, que tem crescido
a taxas de dois dígitos nos últimos três anos, produziu uma
distorção no setor. "Você está
trocando o foco em vôos mais
rentáveis por vôos que produzem uma renda menor."
Diferentemente das demais
concorrentes, Patrão afirma
que a Varig deve manter pelos
próximos meses o sistema de
vôo dedicado. As concorrentes
adotaram um sistema de otimização da frota em que os aviões
voam de 14 a 15 horas por dia.
"Precisamos resgatar a credibilidade da companhia e estamos
operando com regularidade e
pontualidade", disse.
Mercado doméstico
No mercado doméstico, a
companhia tem prazo de 30
dias para retomar rotas. A Varig
pretende voltar a operar vôos
para Londrina e Vitória em janeiro. A empresa diz ainda que
não abrirá mão dos "slots" (espaços de pouso e decolagem)
em Congonhas.
Ela quer também reforçar a
atuação em Minas Gerais. Na
região Sul, a idéia é fortalecer a
atuação em Florianópolis.
No Nordeste, a Varig quer focar sua atuação em Salvador,
Fortaleza e Recife.
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