São Paulo, segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

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Investidor aguarda dado de inflação no Brasil

Fipe apresenta resultados; nos EUA, foco é desemprego

DA REPORTAGEM LOCAL

A primeira semana de 2008, mais curta devido ao Réveillon, terá uma agenda bastante esvaziada para orientar os mercados financeiros globais.
O ponto alto ficará por conta da taxa de desemprego norte-americana de dezembro, a ser anunciada na sexta-feira.
O nível de desemprego é um importante sinalizador de como anda a maior economia do mundo. E os mercados encerraram 2007 atentos e preocupados com o ritmo da economia norte-americana.
O país atravessa um momento delicado, com sinais conflitantes de pressões inflacionárias e também de desaquecimento econômico.
Na quarta-feira, a divulgação da pesquisa do desempenho do setor manufatureiro norte-americano, feita pelo instituto de pesquisas ISM, estará na agenda. Cada dado americano tem sido acompanhado com interesse pelo mercado.
O que investidores e analistas estão interessados em saber é se haverá chances de os juros americanos serem reduzidos na primeira reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) de 2008.
Os dirigentes do Fed irão se reunir nos dias 29 e 30 de janeiro para decidir se seguem com o processo de corte da taxa básica, que está em 4,25% anuais, ou se interrompem a redução .
Para os mercados acionários, o que mais interessa é que a taxa seja cortada novamente. Nos momentos de queda dos juros, os investidores tendem a aceitar maiores riscos, trocando aplicações de renda fixa por ações.

Inflação preocupa
No Brasil, a apresentação do resultado da Fipe de dezembro será a notícia mais relevante para o mercado na semana.
O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) vem apresentando alta maior a cada mês: subiu 0,08% em outubro e 0,47% em novembro. As projeções do mercado indicam que a taxa da Fipe registrou alta de 0,91% em dezembro.
A pressão inflacionária no país levou o mercado a passar a temer até por uma elevação da taxa básica da economia, a Selic, em breve. Isso pressionou as taxas futuras de juros.
Na semana passada, o Banco Central divulgou seu relatório periódico de inflação, que foi encarado como cauteloso e conservador pelo mercado.
Segundo análise feita pela ABN Amro Real Corretora, "a linha de fundo do relatório divulgado de inflação reforçou a idéia de uma prolongada pausa no ciclo de flexibilização da taxa de juros, mas sem sinais de um agravamento nos próximos meses, principalmente devido às expectativas da inflação estabilizada".

Pressão
Na semana passada, também chamou a atenção o resultado do IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) de dezembro, medido pela FGV.
"No cenário interno, alertamos para a recente alta dos índices de inflação, com destaque para alimentos e serviços, o que trouxe alterações nas perspectivas para inflação e juros para 2008", avalia a Coinvalores.
O IGP-M apontou elevação de 1,76% em dezembro, no teto das estimativas, levando a inflação de 2007 a ficar em 7,70%.
O repique inflacionário no Brasil trouxe de volta o temor de que a elevação dos preços leve o Copom (Comitê de Política Monetária, formado por diretores e pelo presidente do Banco Central) a subir a taxa básica de juros da economia no próximo ano. A Selic está em 11,25%, tendo sido mantida nesse patamar nas duas últimas reuniões do Copom.


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