São Paulo, quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

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Bolsa de Nova York sofre maior queda desde 1931

Dow Jones acumula 3º maior recuo anual da história

ÁLVARO FAGUNDES
DA REDAÇÃO

No ano em que gigantes do setor financeiro quebraram e em que alguns símbolos do capitalismo americano lutaram para não se juntar a esse grupo, a Bolsa de Nova York teve o seu pior resultado desde 1931, época de uma das piores recessões da economia dos EUA.
O índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York e um importante termômetro da maior economia mundial, caiu 34,65% neste ano, não levando em conta o resultado de hoje. A dúvida é como o resultado deste ano entrará para a história. Atualmente, a queda é a terceira maior do índice, criado em 1896. Se hoje ocorrer uma queda de 4,71%, a desvalorização só perderá para a de 1931. Caso haja alta de mais de 1,38%, a queda será a quarta maior. O Dow Jones avançou ontem 2,17%.
O resultado de hoje também vai determinar se o índice vai interromper o ciclo mensal de queda iniciado em setembro, com a quebra do Lehman Brothers, que desencadeou o agravamento da crise global. Para ter um dezembro positivo, o Dow Jones precisará subir ao menos 1,86%. Apenas em abril, julho e agosto, ele teve alta.
Das 30 empresas que compõem o índice (gigantes como Coca-Cola, Microsoft e General Electric), apenas as ações de Wal-Mart e McDonald's tiveram um ano positivo. Não coincidentemente, as duas, conhecidas pelos produtos mais em conta, vêm aproveitando a crise para conquistar mercado, valendo-se do bolso abalado do consumidor norte-americano.
Outras companhias, no entanto, tiveram perdas muito maiores que as do Dow Jones e suas ações perderam mais da metade do seu valor. Os papéis da General Motors se desvalorizaram em quase 85%, os do Citigroup, em mais de 75%, e os da Alcoa, em 70%, por exemplo.

Independentemente do resultado de hoje, a queda neste ano ficou distante dos 52,67% de 1931, quando os EUA estavam em meio àquela que foi a sua pior recessão em mais de 125 anos. O período de contração foi de 1929 -quando houve o crash da Bolsa nos EUA- a 1933 e durou 43 meses. Para ter uma idéia do impacto da crise nas Bolsas americanas, o índice Dow Jones chegou a cair quase 90% naquele período.
Desde a contração que se estendeu até 1933, os piores ciclos recessivos dos EUA se estenderam por 16 meses (de 1973 a 1975 e de 1981 a 1982). A atual recessão teve início em dezembro do ano passado e parece caminhar para superar a barreira dos 16 meses.
Apesar de o resultado do Dow Jones neste ano ter sido um dos piores da história, a maior parte das grandes Bolsas mundiais teve quedas ainda maiores. No Japão, a desvalorização no ano do principal índice da Bolsa de Tóquio, o Nikkei 225, foi de 42,12%, o pior resultado da sua história, com registros que se iniciam em 1949.


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